Cidades

Ueap promove evento sobre programa de estágio em escolas periféricas

Em 2023, bolsistas da Ueap realizaram estágios em onze escolas do ensino básico


 

A Universidade do Estado do Amapá (Ueap) segue até sexta-feira, 15, com o evento “A iniciação à docência e a interface entre a universidade-escola”. O objetivo é divulgar os resultados do Programa de Bolsas de Iniciação à Docência (Pibid), iniciativa em que os estudantes dos cursos de licenciatura da Ueap têm oportunidade de ganhar experiência em salas de aula, lecionando para alunos da rede pública de ensino.

 

O evento é realizado em conjunto com a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), do Ministério da Educação. Também participam a Secretaria de Estado de Educação e a Secretaria Municipal de Educação, além das escolas parceiras do projeto.

 

Durante o seminário, são compartilhadas experiências de acadêmicos dos cursos de Ciências Naturais, Letras-Português, Pedagogia, Filosofia, Química e Matemática. Em 2023, o programa garantiu que 121 estudantes da Ueap auxiliassem onze escolas públicas de Macapá, ao longo de 18 meses.

 

 

A professora Danielle Dias, docente do curso de Pedagogia e coordenadora do Pibid, explica que a última edição do programa teve como foco atender escolas de Macapá que apresentaram níveis educacionais abaixo do satisfatório.

 

“Para o próximo Pibid, esperamos ampliar ainda mais a possibilidade de atingirmos mais escolas. Elas têm nos relatado impactos muito positivos da presença dos nossos alunos lá, são acadêmicos que levam projetos de literatura, de alfabetização, de ciência. Tudo conversado com as escolas, sem uma programação impositiva. Nosso objetivo é integrar e melhorar os indicadores escolares, o que tem ocorrido”, detalha Danielle.

 

Segundo informações da Pró-reitoria de Graduação da Ueap, existe a possibilidade de ser incluído no próximo Pibid o curso de Licenciatura em Música.

 

O programa

O Pibid desempenha um papel significativo no desenvolvimento de novos educadores e nos índices educacionais, verificáveis nos relatórios apresentados pelas escolas que aderem ao programa, além da experiência prática que se antecipa ao acadêmico de um curso de licenciatura. O estudante de Química Alef Sousa atuou no Pibid com um projeto sobre o ensino de plantas medicinais, na Escola Estadual Deusolina Sales Farias, no bairro do Pacoval.

 

“A minha experiência eu considero como surreal, e eu recomendo isso a todos os que querem seguir na atuação em sala de aula. Essa experiência de atuarmos cedo numa perspectiva diferente, de ir para uma escola de periferia, entender aquela realidade, isso é muito benéfico para nós enquanto professores e como acadêmicos também”, analisa Sousa.

 

Integração universidade-escola

Outro aspecto do Pibid é o de proporcionar a integração universidade-escola, permitindo que os estudantes trabalhem com professores mais experientes. Hoje mestra em pedagogia, Miquelly Pastana participou de umas das primeiras edições do Pibid, em 2014, e esteve presente no seminário para relatar o impacto da experiência em sua trajetória profissional.

 

Para Miquelly, o programa recebeu críticas em seu início porque previa um foco apenas em universidades como a Ueap, onde existe um foco para a educação em comunidades periféricas, envolvendo populações tradicionais, indígenas ou dentro de uma escola quilombola. Miquelly relata que sua experiência no Pibid envolveu a atuação em uma escola-campo.

 

“Lidar profissionalmente com a diversidade étnico-racial, e saber lidar já cedo com a insegurança que envolve o trabalho em sala de aula foi muito desafiador. Minha carreira é um reflexo da minha trajetória acadêmica na docência na Amazônia amapaense”, afirma Miquelly.

 

Hoje, a Miquelly integra a Rede de Pesquisa sobre Pedagogias Decoloniais da Amazônia e o Grupo de Pesquisa em Educação, Gênero, Diversidades e Decolonialidade da Universidade Federal do Amapá.

 

A diretora da Escola Estadual Reinaldo Damasceno, Elizângela Matos, aprova a vinda dos estagiários e relata que na escola em que ela atua o programa atendeu os alunos do Ensino de Jovens e Adultos (EJA).

 

 

“É um público que já exige uma atenção diferente, pois muitos dos estudantes desta modalidade são já pessoas de mais idade. Foi um resultado surpreendente para todos nós. Espero que o projeto continue”, ressalta Elizângela.

 

Para Ana Guerra, da Seed, o laboratório proporcionado pela Ueap é fundamental para a formação de professores no Amapá.

 

“Queremos um profissional com formação holística, que consiga conectar os saberes acadêmicos com os práticos de uma sala de aula. O professor deve ter contato com a nossa realidade no estado, que é um estado de muita diversidade cultural. É preciso pensarmos na realidade e no saber de cada comunidade, de diversas localidades, que tem muitas visões de mundo diferentes. Só temos a agradecer o empenho da Ueap e as escolas que aderiram o programa”, ressaltou Ana.

 

Universidade Aberta do Brasil

A pedagoga também revelou os projetos da iniciativa “Universidade Aberta do Brasil”, uma formação EAD pública de iniciativa federal que vai absorver alunos que porventura não conseguem passar nas universidades presenciais, seja por notas, seja por viverem distantes de um campus. Segundo a secretária, o Amapá está estruturando 5 polos da Universidade Aberta, com 2 já em funcionamento: Macapá e Oiapoque.

 


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