Entrevista

“É preciso focar na prova e não no resultado!”

Um dos grande nomes do universo dos cursinhos pré-vestibulares do Amapá fala sobre a expectativa para o único meio de acesso ao ensino universitário público no estado, o Exame Nacional do Ensino Médio, que tem prova neste domingo.


 

Cleber Barbosa
Da Redação

Diário do Amapá – Em que pese toda a experiência acumulada ajudando a preparar os nossos jovens para os vestibulares de antes e os concurseiros, a garganta sofre muito nesse período professor?

Marcelus Buraslan – Ah sim, a voz já não presta. [risos] Especialmente nessa reta final em que tivemos o “aulão” na sexta-feira, revisão puxada no sábado, pois neste domingo já é a primeira prova do ENEN, a prova de Humanas, Linguagens e Redação, então a semana para quem é professor de História, Geografia, Sociologia, assim como a área de Linguagens, contando com Redação, é muito puxada, pois a gente faz uma revisão específica, visando a expectativa para esse primeira prova. Mas a gente está vivo! [mais risos]

 

Diário – Aliás, sobre esse aulão? Foram quantos estudantes reunidos no estádio Zerão?

Patrícia – É verdade, foram mais de 5 mil alunos, todos da rede pública e egressos, pois a Central do Enem atende quase 20 escolas no estado todo, e aí nesse dia da cuminância os diretores recebem o apoio do Governo do Estado, que manda o ônibus, manda o lanche, e aí os diretores colocam os alunos do terceiro ano, do segundo também e todos que tiverem interessados, vão todos para o estádio Zerão, onde tem escolas que levam 10 ônibus, outras 5 ônibus, enfim, estava lotado e foi um sucesso.

 

Diário – E sobre a melhor estratégia para a véspera de um grande concurso como esse? Há quem recomende desopilar, relaxar e nem pegar nos livros. Para o senhor tem dicas de última hora?

Buraslan – Tem sim. Eu como concurseiro antigo estou sempre estudando até a hora da prova, mas é claro que o Enem não permite entrar com nada, mas vale a pena sim. Aliás, sabe que o Enem aqui no Amapá tem uma curiosidade de ser uma prova jovem, onde a maioria dos candidatos têm entre 21 e 30 anos, então só para se ter uma ideia, do total de inscritos esse ano, aqui no Amapá foi de 28.814 candidatos, sendo 8.110 candidatos nesse faixa etária, então é uma parcela muito jovem da população. Então o jovem normalmente tem aquela expectativa, aquela ansiedade, aquela insegurança, pois sofre vários tipos de pressão, sejam elas pressões internas, pressões familiares, dos amigos, dentre outros, então o Enem é uma prova que mexe com o nervosismo do candidato, que sabe que aquela prova pode dar a ele acesso à universidade, o curso que ele mais sonha para poder se projetar dentro de um mercado de trabalho futuro.

 

Diário – O Enem é a única forma de acesso ao ensino universitário público no país?

Buraslan – Sim, apenas via o Enem. Aliás, apenas em São Paulo, onde a FUVEST tem um vestibular especial para entrar na USP, mas ela também tem um percentual de vagas pelo Enem. Então tradicionalmente o Enem vai substituir os antigos vestibulares das universidades públicas.

 

Diário – Como evitar esse nervosismo então?

Buraslan – O clima de nervosismo tem que ser trabalhado antes da prova, com exercícios de respiração, isso é importante, para acalmar, precisa ter muito cuidado. A nossa revisão final no sábado, por exemplo, vai até 13 horas, pois o aluno precisa daquela ultima palavra do professor, dando aquelas últimas dicas, mas ele precisa descansar também. O contato dele com o professor é importante até para acalmar esse aluno, então a gente leva alguém para fazer uma música, uma pessoa para dar um acolhimento espiritual, sem religião, é Deus! Mas também levamos uma psicóloga para conversar com eles, onde recebem dicas sobre como a pessoa pode se acalmar na hora da prova, e assim fazer uma boa avaliação.

 

Diário – Mas a pressão existe, não tem como negar?

Patrícia – Ah sim, acontece muito inclusive de um aluno depois de um ano estudando chegar na hora da prova dar um apagão, daí a importância de procurar manter a calma, pois a ansiedade hoje em dia especialmente atrapalha muito, essa questão da chamada inteligência emocional. Então a dica é manter a calma, se concentrar na prova e não focar tanto no resultado, pois é preciso entender que o resultado é o processo natural do que você fizer na prova. Então os alunos que já estão preparados, a dica final é ter muito cuidado com a alimentação, uma alimentação saudável, leve, sem muita gordura, para não comprometer o dia da prova e fazer uma boa prova.

 

Perfil

Marcelus Buraslan – Professor que se tornou um especialista na preparação de concurseiros e vestibulandos, foi redator da nova Base Nacional Comum Curricular, BNCC, referencial curricular amapaense.

 

Formação Acadêmica

– Mestre em Desenvolvimento Regional pela Universidade Federal do Amapá – UNIFAP/AP e especialização em Docência no Ensino Superior na Faculdade Meta.
– Tem graduação em Licenciatura Plena e Bacherelado em História, pela Universidade Federal do Amapá.
– Cursou Psicologia na Universidade da Amazônia e Direito na Faculdade Seama.
– Tem experiência na historiografia e decolonialidade na Amazônia, trabalhou com formação de professores da Educação do Campo, principalmente com a Educação Escolar Indígena,
– Atualmente é professor concursado do Governo do Estado do Amapá, e exerce função de professor de História na Escola Estadual Alexandre Vaz Tavares.
– Também é sócio proprietário do Curso Buraslan (curso preparatório para processos seletivos) e sócio proprietário da Escola Creche Meu Cantinho (escolinha de Educação Infantil).
– Tem interesse e estuda nas áreas de pesquisa da Educação do Campo, populações tradicionais e povos originários, formação de professores e história da educação na/da Amazônia Amapaen.

 

 


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