“Estou aqui com muita vontade e carinho pelo clube”, diz Luis Carlos Prima sobre estar a frente do Independente Esporte Clube
O técnico do Carcará, que é ex-preparador físico da Seleção Brasileira de 1994, comanda o clube santanense desde março deste ano e busca ser campeão estadual com a equipe
Lana Caroline
Editora de Esporte
O futebol é um esporte de grande visibilidade no mundo todo e o preferido dos brasileiros. Alguns se destacam em campo e outros nos bastidores, como é o caso de Luis Carlos Prima, atual técnico do Independente Esporte Clube. O carioca foi jogador por seis anos pelo Olaria (RJ), mas se destacou como preparador físico.
“Fui jogador de futebol no Rio de Janeiro, depois voltei a estudar e me formei em educação física. Após isso, o próprio clube que eu jogava, o Olaria, me chamou pra ser preparador físico da categoria de base e eu fui, com maior prazer, pois é o que eu gosto de fazer. Ali me transferi para o Fluminense, para trabalhar na categoria de base, aonde fui campeão da Copa São Paulo de Futebol Junior. Depois fui pra Portuguesa e fiquei quatro anos lá e fui convidado para ir pro Bragantino, aonde fiquei seis anos”, contou.
Trabalhando como preparador físico, ‘Prima’, como é chamado carinhosamente pelos atletas, conquistou diversos títulos e um deles foi marcante: O tetracampeonato da Seleção Brasileira, em 1994. Prima conta que mesmo atuando no Bragantino, aceitou o convite de Carlos Alberto Parreira para compor a equipe brasileira.
“Quando fomos campeões [pelo Bragantino] no brasileiro da segunda divisão, em 89, e campeão paulista em 90, o presidente do clube, Nabi Abi Chedid, trouxe o Parreira pra trabalhar comigo e na outra semana ele foi convidado para ser o treinador da seleção brasileira e me convidou pra fazer parte da comissão técnica, em 1992, e fiquei até 1998. Eu era cedido quando tinha jogos oficiais e amistosos, e voltava para o Bragantino. Foi uma experiência muito grande. Sempre digo que o importante é que os atletas entendam que você é amigo deles, que você está ali para ajudá-los a se organizar na parte física e ser um grupo vencedor”, disse.
Em 17 de julho de 1994, a Seleção Brasileira se tornou tetracampeã da Copa do Mundo de Futebol em uma partida emocionante contra a Itália, decidida nos pênaltis após o empate em 0 a 0 no tempo normal e na prorrogação. O treinador do Carcará explica que os jogadores do título foram escolhidos em 1992 e 1993. Além disso, a amizade e o bom relacionamento entre si era a chave para o sucesso.
“Tivemos uma amizade que não era só de oba-oba, mas era de sentar para conversar. Isso foi um ponto positivo para que a conquista acontecesse em 94. Nesse ano (1994), tinha-se uma seleção que muitos jogariam pela última vez e eles abraçaram a ideia da comissão técnica para que tudo funcionasse e nada atrapalhasse. Esse foi o grande feito daquele grupo, em que eles queriam ser campeões e queriam deixar um legado”.
O último clube que Luis Carlos Prima trabalhou foi o Taguatinga (DF), mas já teve passagens pelo Bragantino e Fluminense. À frente do Carcará da Vila Maia, desde março deste ano, Prima afirma que sua vinda para o clube foi inesperada, mas que está feliz por estar contribuindo com o time santanense.
“Recebi uma ligação de um amigo que conhece o Rodrigo Tork, presidente do Independente, e gostou da ideia. Esse amigo falou para o presidente que eu estava sem clube no Rio e o Rodrigo falou comigo e percebi que ele estava falando coisas sérias e concretas pra mim. Acreditei e estou aqui com muita vontade e carinho pelo clube”, falou.
Com os trabalhos realizados pelo técnico, o Independente está em primeiro lugar no Campeonato Amapaense de Futebol e conta com 100% de aproveitamento na competição e Prima explica que mesmo depois de anos, o amor pelo que faz é grande e demonstra isso em forma de ensinamento.
“Vou fazer 70 anos e para mim parece que estou no começo. Eu quero passar essa energia de que na vida nada é fácil e não vem de mãos beijadas. A minha causa é grande e isso que eu to vivendo é a mesma coisa que vivi no meu passado, dentro de uma seleção, do Fluminense, Bragantino, e até no Japão, aonde também trabalhei. Só tenho a agradecer ao presidente Rodrigo e espero que possamos ir até o final e fazer o Independente estar em uma altura aonde deveria estar, para que no próximo ano a gente possa alcançar outros objetivos e concretizar tudo que o Independente pensa em fazer”, explicou, em meio as lágrimas.
Para que o Independente possa continuar seguindo com sua invencibilidade, o técnico já traçou estratégias para que o objetivo seja concluso. “Tenho o grupo todo na mão, não tenho ninguém machucado, tenho todos em boas condições de jogo e posso escalar a equipe que eu achar melhor para o jogo. Tem mais três jogos e quero chegar na próxima fase com todo mundo inteiro. Esse é meu objetivo”, finaliza.
O próximo embate do Carcará da Vila Maia será nesta sexta-feira (09) contra o time conterrâneo, o Santana. A partida será às 20h, no Estádio Zerão e válida pela quinta rodada da competição.
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