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Patric, artilheiro da J League, encantou Felipão: ‘Só volto ao Brasil se for para jogar no Palmeiras’

Trata-se do centroavante Patric, revelado pelo Paysandu e que passou pelo Vasco entre 2010 e 2011. O atleta está desde 2013 no futebol japonês.


A chegada do técnico Luiz Felipe Scolari ao Palmeiras, acertada na semana passada, repercutiu por todo o planeta. E a notícia, é claro, chegou de maneira forte à Ásia, onde Felipão fez sucesso nos últimos anos, conquistando uma série de títulos pelo Guangzhou Evergrande, da China. Neste período que esteve lá, o treinador se encantou por um jogador brasileiro, mas nunca teve a oportunidade de comandá-lo.

Trata-se do centroavante Patric, revelado pelo Paysandu e que passou pelo Vasco entre 2010 e 2011. O atleta está desde 2013 no futebol japonês, quando se transferiu para o Kawasaki Frontale, e faz muito sucesso por lá, tendo passado por Ventforet Kofu e Gamba Osaka antes de chegar ao Sanfrecce Hiroshima, seu clube atual e pelo qual é o artilheiro da J League, com 14 gols anotados em 19 partidas.

Patric e Scolari se conheceram durante a Liga dos Campeões da Ásia de 2015, quando Felipão conquistou o título com o Guangzhou em cima do Al-Ahli, dos Emirados Árabes. Antes, o clube chinês eliminou o Gamba Osaka, equipe que o atacante brasileiro defendia à época.

Durante os confrontos da semifinal, Patric não marcou, mas encantou o ex-comandante da seleção brasileira.

“Jogamos duas vezes pela semi da Champions asiática. Perdemos de 2 a 1 na China, e eu fiz o gol do Gamba [N.R.: Patric participou do lance, mas a arbitragem assinalou gol contra do zagueiro Feng Xiaoting]. Depois, empatamos por 0 a 0 em casa e fomos eliminados. Era certo que quem saísse vivo daquele confronto seria o campeão, o que acabou mesmo acontecendo”, lembra o atacante.


“No jogo de ida, conversei com o Felipão rapidinho. Mas, no jogo de volta, depois da partida ele veio trocar uma ideia comigo junto com o Murtosa. Eles disseram que gostaram muito da minha atuação, do que mostrei em campo, e até pegaram meu telefone”, revela.

Patric se lembra até hoje do papo com Scolari, mas lamenta por não ter trabalhado com o técnico.

“A gente conversou bastante. Ele é muito humilde e simpático, mesmo com tudo que conquistou por clubes e seleção brasileira. Foi uma experiência muito marcante, que levo comigo pelo resto da minha vida. Quando eu era moleque, sempre assistia ao Felipão comandando o Palmeiras, por isso foi tão marcante para mim. Infelizmente não tivemos a oportunidade de trabalhar juntos na China”, diz.

Vivendo grande momento na Ásia, o artilheiro de 31 anos diz que não cogita retornar ao futebol brasileiro. No entanto, ele mesmo admite que não sabe como reagiria a um convite de seu time de coração: justamente o Palmeiras. Ainda mais agora que Felipão é o técnico.

“Eu tenho paixão pelo Palmeiras desde moleque. Era aquele torcedor de sair na rua zoando os amigos quando o Verdão fazia um gol. Eu torcia muito, era fanático pelo Oséas, Alex, Arce… Ali nos tempos da Parmalat, as finais da Libertadores, Copa João Havelange, eu era fanático”, relembra.

“Hoje, pela fase que estou vivendo aqui, seria um pouco difícil voltar ao Brasil. Meu time é líder do campeonato e eu sou artilheiro isolado. Mas, se tivesse que voltar ao Brasil, o único clube que eu voltaria seria o Palmeiras. É o time do meu coração e o que eu cresci assistindo aos jogos”, acrescenta.

“Já tive muitas propostas para voltar ao Brasil, mas não quis. Se fosse para voltar hoje, somente o Palmeiras mesmo”, complementa.

Patric, aliás, aprova o retorno do ídolo ao comando do Verdão.

“Como torcedor, achei muito bom. O Felipão é a cara do Palmeiras, ganhou títulos em todas as passagens pelo clube. Com o elenco que tem hoje, com a estrutura de primeiro mundo, o status de um dos maiores times do Brasil, tem tudo para dar certo. Acho que foi a escolha acertada”, afirma.

“Com a chegada dele, tenho certeza que o Verdão vai dar uma boa levantada no Brasileiro e também brigar pelos títulos da Libertadores e da Copa do Brasil. A diretoria fez uma escolha certa em um cara que conhece tudo ali dentro do clube e tem um grande elenco para poder trabalhar agora”, finaliza.

AJUDOU A ARRECADAR DINHEIRO

Se já é ídolo da torcida do Sanfrecce Hiroshima, Patric viu o carinho dos fãs aumentar ainda mais no início de julho, quando fortes chuvas causaram tragédias na cidade de Hiroshima e arredores, deixando mais de 100 pessoas mortas e um rastro de destruição.

Ao lado de outros colegas de equipe, o brasileiro participou de ações de arrecadação de fundos nas ruas para ajudar as famílias que perderam alguém ou ficaram desabrigadas.

“Aconteceram esses três dias de chuvas muito fortes, e morreram muitas pessoas, e outras tantas ficaram desabrigadas. Muita gente perdeu sua casa e tudo o que tinha dentro, então nós participamos de ações nas ruas para ajudar da maneira possível. A gente pedia dinheiro e arrecadamos quase 2 milhões de ienes, o que dá quase uns R$ 70 mil”, conta.


“O povo também abraçou essa ideia, pois os japoneses são muito sensíveis quanto a isso. Fizemos duas ações, uma delas inclusive depois de chegar de um jogo. Estávamos todos cansados, mas fomos direto da viagem para a estação pedir o dinheiro. Colocamos a camisa e ficamos ali representando todos que precisavam de ajuda”, relata.

Não é à toa que Patric diz estar vivendo um momento especial em sua vida.

“É o melhor momento que estou vivendo. Tive outros grandes períodos, como quando fui campeão da Tríplice Coroa aqui no Japão com o Gamba Osaka, mas hoje sou o artilheiro da J League e o Sanfrecce é o líder isolado, além de eu ser uma das peças principais da equipe”, festeja.

“Minha temporada vem sendo excelente, pois me preparei muito bem, treinei muito nas férias e fiz diversos trabalhos individuais para poder chegar ‘voando’ em 2018 e fazer um grande ano. Graças a Deus, tudo está se realizando. Espero poder fazer ainda mais gols para seguir bem até o final da temporada e garantir a recompensa no final”, encerra.


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