‘Bar Caboclo’ completa 32 anos e comemora com espetáculo
Pra quem estava com saudades, o grupo teatral Língua de Trapo fará apresentação inédita e única, a partir das 20h30, na sede do SINDSEP.
O Bar Caboclo foi um ambiente comercial que se tornou conhecido na Macapá de outrora (década de 60), com suas histórias e boemias, que serviram de inspiração para a montagem de consagrada peça de teatro do Amapá.
Seus frequentadores eram caboclos vindos das ilhas do Pará, nas embarcações que aportavam na Doca da Fortaleza, trabalhadores da ICOMI e da Usina Coaracy Nunes, no Paredão. Nessa época os estilos musicais eram o bolero, o samba e o merengue, por influências das Antilhas e da Guiana Francesa. Havia também as figuras femininas que marcavam ponto no local.
A existência do Bar Caboclo seria restrita ao conhecimento de uma minoria se não tivesse sido pinçada para o palco. O teatro popularizou esse momento da história amapaense que, sem o toque de Midas das artes cênicas, estaria fadado ao ralo do esquecimento. Foram cerca de 1350 apresentações em todos os municípios do estado e fora dele, arrebatando públicos de vários níveis sociais e diferentes faixas etárias. No Piauí, em maio de (1996), Bar Caboclo recebeu o “troféu aplausos”. Também já foi apresentado em Belém, por duas vezes, Pernambuco, Brasília, e alguns municípios do Pará.
O espetáculo Bar Caboclo foi criado com a única pretensão de fazer rir, no início a peça não tinha nenhum teor de pesquisa a não ser o nome nada tendo a ver com a realidade. Só depois do espetáculo testado e aprovado pelo público foi que tive interesse pela pesquisa que envolvia o velho Bar, entrevistando o historiador Amapaense Estácio Vidal Picanço para construir o enredo da mais conhecida peça do teatro amapaense.
Bar Caboclo original tem uma trama que se apoia no amor existente entre Xandico que é um boêmio desocupado e sua vida desregrada é motivo para as brigas por ciúme de Bebel, amante e prostituta mais cobiçada da redondeza. A chegada de um marinheiro agrava as divergências do casal, pois Bebel tem relação amorosa com um marinheiro desconhecido, enquanto em primeiro plano Xandico é acometido por crise de ciúme. A cena termina em tragédia, com o boêmio assassinado pelo marinheiro. A tragicomédia que tem duração média de 1h e 40m reinventou uma realidade que é comum na maioria dos prostíbulos. Na tentativa de retratar um momento social, as lentes do dramaturgo não poderiam deixar de registrar outras nuances daquele período, como: a preferência das prostitutas pelos trabalhadores da ICOMI, que calçavam as botas amarelas, a existência de um homossexual despachado que trabalha no bar, a cena do marido que vai buscar a esposa no bar que virou prostituta, a briga do casal porque a prostituta lhe passou gonorreia, entre outras. Essa longevidade teatral atribui-se às constantes mudanças feitas pelo autor Disney Silva que a cada temporada adapta o texto às realidades sociais e políticas do momento.
Hoje Bar caboclo é o principal referencial do teatro do Amapá, completando 32 anos de muito sucesso, com aproximadamente 1350 apresentações, continua lotando espaços e fazendo a população ‘se mijar de tanto rir’ com a Comedia mais Picante do Norte do Brasil.
Para comemorar tão importante data, vem mais histórias aí para contar, porque o espetáculo completa 32 anos de criação no próximo dia 12 de março, e sem dúvida, vai ser aquela festa, com diversão garantida.
Pra quem estava com saudades, o grupo teatral Língua de Trapo fará apresentação inédita e única, a partir das 20h30, na sede do SINDSEP, na Av. Almirante Barroso, 21- Centro. Vai ser uma apresentação com venda de mesas a 80 reais, com serviço de bar, encerrando com apresentação do cantor Tayson, além de show de stand up com o humorista Luiz Fabio. É diversão garantida.
ELENCO:
JACKSOM AMARAL
NUBIA DE OLIVEIRA
JÔ SALES
DIONEI FURTADO
HUDSOM BORGES
ROBERTO PRATA
LUIZ FABIO
DIULEM REIS
EMILY OLIVEIRA
LUANA KAREN
JOANA RAMOS
ANNY FERREIRA
ALAN MOTA
SONOPLASTIA: TAYSON TIASSU
ILUMINAÇÃO: ANTONIO CARLOS
AUTORIA E DIREÇÃO: DISNEY SILVA.
PRODUÇÃO: SANTOS PUBLICIDADE
MIDIA E DIVULGAÇÃO: GLAUBER LOPES.
CRIAÇÃO PUBLICITÁRIA: CELSO TERAN
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