Ciclo do Marabaixo: Campina Grande e Favela mantêm viva a tradição do Cortejo da Murta
Programação conta com o apoio do Governo do Amapá e segue neste domingo, 19, com as caixas rufando em quatro barracões
Com apoio do Governo do Estado, as caixas rufaram para saudar o cortejo da murta na comunidade de Campina Grande, localizada às margens do trecho da BR-156, e no barracão Gertrudes Saturnino (Berço do Marabaixo), no bairro da Favela (Santa Rita), na tarde e noite de sábado, 18. O ritual é um dos mais importantes do Ciclo do Marabaixo, dentro da programação realizada anualmente pelas associações culturais.
Na União Folclórica da Campina Grande (UFCG), para somar com os integrantes do grupo local, foram convidados marabaixeiros dos grupos Nova Geração do Maruanum, da comunidade de Santa Luzia do Maruanum, e Manoel Felipe, da comunidade do Curiaú. Nem a chuva ou a falta de energia elétrica tiraram o brilho do cortejo, que percorreu a rodovia em direção ao barracão Jesus, Maria e José.
Ao fim da tarde, o mastro foi levantado. No início da noite, foi realizada a tradicional ladainha rezada em latim, logo após foi servido o jantar e muita roda de marabaixo, que foi até de manhã.
“Em mais esse momento, mostramos a força da tradição do marabaixo na zona rural”, diz Solange Costa, coordenadora do grupo cultural da Campina Grande.
O sábado também foi agitado na sede do grupo Berço do Marabaixo. Lá, a programação foi dedicada à Murta da Santíssima Trindade. Nas rodas de marabaixo, a participação de grupos como Marabaixo da Gungá (Mazagão Velho), Batuque do Ajudante, União dos Devotos de Nossa Senhora da Conceição, de Igarapé do Lago, Marabaixo da Juventude, Herdeiros do Marabaixo e outros atenderam o convite e ajudaram a animar ainda mais as apresentações.
Durante o evento, uma cena que define bem o encontro de gerações do marabaixo: a jovem marabaixeira Lorrany Mendes, de 19 anos, cantou e chamou a mestra Maria José Libório (Zezé Libório), de 84 anos, para participar.
Com sua voz inconfundível, a matriarca deu um brilho à parte àquela roda de marabaixo e entoou não só ladrões (versos) mas também o canto da sabedoria. “São momentos que só a tradição marabaixeira pode nos proporcionar”, resume a jovem Lorrany.
A programação do Ciclo do Marabaixo seguiu neste domingo, 19. No Barracão Santíssima Trindade da Casa Grande, na região rural de Macapá, o dia iniciou com alvorada e seguiu com almoço para festeiros e convidados.
Às 16h tem quebra da murta, seguida de ladainha e rodas de marabaixo até o dia amanhecer. As caixas ainda irão rufar nos barracões Tia Biló (Grupo Raimundo Ladislau), Marabaixo do Pavão e Raízes da Favela (Dica Congó).
Ciclo do Marabaixo 2024
Com o tema: “O rufar dos tambores para além da tradição”, as celebrações que promovem um verdadeiro encontro de gerações e reúnem a comunidade em momentos de fé e resistência, seguem até o dia 2 de junho, “Domingo do Senhor”, o primeiro após Corpus Christi.
A tradição é fomentada pela Secretaria de Estado da Cultura (Secult) e pela Fundação Estadual de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Fundação Marabaixo).
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