Com duelos de danças e rimas é celebrado os 50 anos do Hip-Hop
Programação contou com apresentações especiais de MC ‘s, breaking e homenagens aos pioneiros do movimento no estado
O 28º Encontro dos Tambores, no Centro de Cultura Negra Raimunda Ramos, no bairro do Laguinho, em Macapá, teve uma programação especial para comemorar os 50 anos do Hip-Hop no Brasil, um dos movimentos culturais que mais cresce no Amapá e em todo país.
A celebração, na terça-feira (21), contou com apresentações e duelos de breaking, batalhas de MC ‘s (rimas), onde os vencedores ganharam o troféu Zumbi dos Palmares, além de rodas de capoeira e homenagens aos pioneiros do movimento no estado, que receberam certificados reconhecendo a contribuição e difusão da cultura de rua no Amapá.
De acordo com a Secretaria de Cultura do Estado do Amapá (Secult), a inclusão do Hip-Hop no 28º Encontro dos Tambores segue as diretrizes da gestão do Governo do Amapá, que apoio a programação, de alcançar e dar visibilidade para todos os segmentos festejados pela população amapaense.
“Este momento é histórico, pois coloca em evidência a grande diversidade cultural que o Amapá possui. Além do batuque, marabaixo e outras manifestações culturais, a gente também tem um Hip-Hop forte e que agora está cada vez mais presente nos equipamentos públicos, nas políticas públicas, sendo reconhecido como segmento cultural e como forma de arte”, destacou Clícia Di Miceli, secretária de Cultura.
Origem e pioneirismo
Com origem nos subúrbios de Nova York, nos Estados Unidos, na década de 1970, o Hip-Hop é uma forma de expressão cultural criada por comunidades afro-americanas que tem como base quatro elementos: rap (ritmo e poesia), grafites (assinaturas), Dj’s e Mc’s, e Street Dance (dança).
No Brasil, o movimento começou a ganhar adeptos em 1973, principalmente, na cidade de São Paulo, mas logo se espalhou por todo o país, inclusive, criando raízes no Amapá.
Conhecido no mundo do Hip-Hop como MC ‘s Branks, o Igor Vasconcelos, de 43 anos, foi um dos primeiros adeptos do movimento cultural no estado após ser atraído por um dos elementos do novo movimento cultural que começava a surgir no território amapaense.
“Comecei a me envolver nessa cultura há mais de 20, depois que participei de uma oficina na Escola José de Anchieta, onde fui apresentado ao Hip-Hop e conheci todos os elementos deste movimento, mas a música foi o que mais me cativou”, disse Branks.
A partir disso, Igor se juntou a outros adeptos do Hip-Hop para divulgar e popularizar o movimento cultural entre a população amapaense, um trabalho bastante árduo, mas que hoje está rendendo muitos frutos.
“Hoje, a cultura está bem mais desenvolvida do que era no passado. Atualmente, a gente já tem dançarinos de breaking competindo em outros estados e países, assim como MC ‘s. Mas, o nosso movimento também vem ganhando novos palcos como o 28º Encontro dos Tambores, onde estamos representando mais uma forma de expressão cultural da população negra”, pontuou o MC.
Apesar de ter surgido entre comunidades afrodescendentes, o Hip-Hop é um movimento cultural universal, que abrange todos, independente de cor, raça, idade ou gênero.
A prova disso é a professora Jaqueline Carvalho, de 30 anos, que fez história ao ser uma das primeiras b-girls do estado, vencendo várias competições locais e representando o Amapá em torneios nacionais.
“Depois que constituí família, eu dei uma parada no breaking dance. Mas o Hip-Hop foi um divisor de águas na minha vida, pois me possibilitou colocar a figura da mulher em posição de destaque em competições pelo país, o que mostra o quanto esse movimento é acolhedor e estimula a participação e visibilidade das minorias”, destacou a ex-b-girl.
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