Nota 10

Festas nos barracões celebram os ancestrais e os pioneiros do Marabaixo

O Ciclo do Marabaixo, com apoio do Governo do Amapá, seguiu neste domingo, 31, em barracões tradicionais de Macapá


 

“Aonde tu vais rapaz? neste caminho sozinho, eu vou fazer minha morada lá nos campos do Laguinho”, com um dos versos mais cantados durante a festividade, o Ciclo do Marabaixo 2024, com apoio do Governo do Amapá, teve prosseguimento neste domingo, 31, nos barracões da Associação Cultural Raimundo Ladislau e Marabaixo do Pavão. A programação integra o Plano de Governo, de valorização do setor cultural e das manifestações tradicionais.

 

De acordo com o presidente da Associação Cultural Raimundo Ladislau, Joaquim Ramos, o evento integra a tradição de matriz africana ao calendário religioso, e exalta, neste domingo de Páscoa, a ancestralidade com o Marabaixo da Ressurreição.

 

 

“Estamos reunidos, familiares, amigos, membros de vários barracões e representações da cultura negra, para cantar e dançar a nossa ancestralidade e toda nossa tradição, exaltando a luta de cada um que fez e faz a história do nosso povo. É apenas o começo desta grande festividade”, destacou Joaquim Ramos.

 

A marabaixeira, Mery Baraka do Movimento Cultural Ancestrais, destacou a importância de relembrar e exaltar os “anfitriões” Tia Biló e Julião Ramos (em memória), como pioneiros de um dos símbolos mais representativos do povo amapaense.

 

 

“Esse barracão tem uma representatividade na minha vida, enquanto mulher preta, mulher laguinense e marabaxeira. Tia Biló foi a mantenedora dessa tradição, e o pai dela, saudoso mestre Julião Ramos, o precursor do Marabaixo, e nós estamos aqui para celebrar esse momento que é o nosso maior símbolo de manifestação cultural do Amapá”, destacou Mery Baraka.

 

Além do colorido das vestimentas, do rodopiado das saias, e do giro no salão ao som das caixas de Marabaixo os participantes também puderam degustar o tradicional caldo quente e a famosa gengibirra, bebida fermentada que traz em sua composição o gengibre, tradicional nas festividades.

 

No Barracão do Pavão, os participantes também comemoraram a programação. A presidente da Associação Folclórica Marabaixo do Pavão, Mônica Ramos, falou sobre o momento de fé e religiosidade.

 

 

“Hoje nos reunimos, para celebrar esse momento de fé, que é o domingo de Páscoa, onde inicia a nossa programação do Marabaixo, e vamos até o próximo domingo, 2, de junho, o Domingo do Senhor, mostrando toda nossa tradição que faz parte dessa manifestação cultural, mãe do estado”, explicou a presidente.

 

No local também estiveram presentes os grupos Herdeiros das Tradições, Estrela do Renascer e São José do Mata Fome. Naira Sousa, contou sobre a emoção em participar da festividade.

 

 

“Eu me sinto muito feliz em fazer parte dessa história desde o começo, fiz parte do grupo do Pavão, hoje, faço parte do Grupo São José, e estou aqui agradecendo uma graça recebida, em nome dos meus filhos”, revelou a marabaixeira.

 

Ciclo do Marabaixo

A tradição traz o culto pelo Divino Espírito Santo e à Santíssima Trindade, com missas, ladainhas, cortejo da murta e o levante e corte de mastros nas matas. As rodas de marabaixo, gengibirra e o caldo de carne, conhecido como o tradicional “cozidão”, também integram essa importante manifestação cultural e religiosa.

 

O Ciclo do Marabaixo é realizado pelos grupos Berço do Marabaixo, Raízes da Favela (Dica Congó), Marabaixo do Pavão, Raimundo Ladislau, União Folclórica de Campina Grande (UFCG) e Santíssima Trindade, da comunidade de Casa Grande.

 


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