Nota 10

Movimento Cultural Desclassificáveis apresenta performance “Entrelaçamentos: Tamokó Mask” no Sarau Veraneio

Apresentação acontece nesta quinta-feira, 3, no Cine Territorial, às 18h, como parte da programação do sarau e tem duração de 20 minutos


 

O Movimento Cultural Desclassificáveis leva ao Sarau Veraneio sua mais recente criação: a performance “Entrelaçamentos: Tamokó Mask”, um trabalho cênico e investigativo que propõe uma travessia entre culturas, rituais ancestrais e estética amazônida. Com direção e concepção artística de Paulo Alfaia, a apresentação acontece como parte da programação do sarau e tem duração de 20 minutos.

 

 

A performance mergulha nos vínculos entre processos performáticos, interculturais e transculturais, tendo como ponto de partida o universo simbólico da máscara Tamokó, usada tradicionalmente pelos povos indígenas Wayana e Apalaí, habitantes da tríplice fronteira entre Brasil, Suriname e Guiana Francesa. Esses povos pertencem ao tronco linguístico Karib e mantêm viva a tradição da cerimônia da Cumeeira, na qual a máscara tem papel central. Nessa festa, que celebra a construção de uma nova casa comunitária, a Tamokó representa espíritos malignos, monstros da floresta e a própria morte, sendo utilizada como meio de proteção e renovação espiritual da comunidade.

 

A encenação reúne artistas do Amapá e do Pará em uma investigação sobre o corpo entrelaçado, a construção de uma dramaturgia original e uma estética própria do Norte do Brasil. A intervenção se desenvolve de forma cinestésica e corporal, propondo um bailado simbólico de conexão entre o indivíduo e o mundo em movimento.

 

Além de Alfaia, o elenco conta com Harry Lins na performance, Kleber Souza na sonoplastia e videomaker, e Sandro Gemaque na captura audiovisual. A obra propõe um intercâmbio poético e sensível entre saberes indígenas e expressões artísticas contemporâneas, colocando em cena um diálogo potente entre memória ancestral, resistência e arte viva.

 

A máscara Tamokó, confeccionada com fibras de arumã, cera de abelha, barro branco, tinta de pedra vermelha e fios de algodão, torna-se símbolo de um corpo ritualístico que comunica, protege e ressignifica o pertencimento. “Entrelaçamentos: Tamokó Mask” é, assim, mais que uma performance — é um manifesto de escuta, respeito e confluência de mundos.

 


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