Nota 10

Museu Sacaca: conheça o modo de vida dos povos das florestas do Amapá

O espaço está aberto de terça a domingo, das 9h às 17h. A entrada é franca e oportuniza um aprendizado sobre a cultura ribeirinha.


 

O Amapá é reconhecido com o estado mais preservado do país, apresentando sua fauna, flora e rios praticamente intactos. E nem é preciso sair da área urbana para apreciar a exuberância da natureza amapaense: em pleno centro de Macapá, o Museu Sacaca reúne um verdadeiro acervo sobre o modo de vida dos povos indígenas e ribeirinhos.

 

O espaço reúne cultura e história, além de espaço gastronômico para os amapaenses e turistas aproveitarem, sendo uma opção de lazer recomendada para todas as idades.

 

Memorial Sacaca

Logo ao adentrar o museu, é possível saber a origem no nome do local, que é uma homenagem ao Raimundo dos Santos Souza (1926-1999), conhecido como “Sacaca”. Ele foi morador local de grande importância para a difusão da medicina natural junto à população amapaense. No “Memorial Sacaca”, é possível observar fotos e conhecer um pouco da história do homenageado. Parte do acervo que está no local foi doado pela família.

Samaúma

Seguindo pelas passarelas em madeiras, um pouco mais a frente do memorial, é possível encontrar um estátua em homenagem ao Sacaca e, ao lado, uma enorme sumaúma, espécie conhecida como uma das maiores árvores da Amazônia. Um ótimo para fotos e observação das raízes da exuberante árvore.

Casas indígenas

Mais uns passos à frente, o visitante encontra três espaços que reproduzem ambientes de moradias dos povos originários do Amapá. As casas foram feitas pelos próprios índigenas, com materiais diretamente da floresta, e representam os Palikur (Oiapoque) e Wajãpi (Pedra Branca do Amapari).

Regatão

Passeando um pouco mais pelo Sacaca, é hora de conhecer mais sobre o modo de vida dos povos ribeirinhos no barco que reproduz o chamado “regatão”, uma embarcação feita em madeira que navega pelos rios amazônicos transportando passageiros e mercadorias, atendendo a uma necessidade de quem mora longe da cidade. Na réplica, o visitante pode conhecer todos os espaços e até aproveitar o passeio no lago artificial que faz parte do cenário do museu.

Casas ribeirinha, parteiras e castanheiro

Um pouco mais à diante do “regatão”, encontram-se reproduções de ambientes de moradias do povo ribeirinho, são famílias que moram às margens de rios e igarapés amazônicos. As parteirias – personagens importantes na vida ribeirinha – são homenageadas pelo Museu Sacaca, uma vez que são mulheres que realizam os partos em diversas regiões longínquas dos centros urbanos.

 

Outro importante personagem é o castanheiro, a pessoa que coleta e comercializa as castanhas-do-pará, um fruto apreciado em todo Brasil e que é abundante, principalmente, no sul do Amapá. No Sacaca, é possível observar uma casa castanheira, formação rústica, que fica dentro da floresta e que são usadas durante as colheitas do fruto.

 

Todos os ambientes são feitos com materiais originários da floresta com mão de obra dos próprios ribeirinhos, que fazem manutenção dos locais duas vezes ao ano.

Casa ambiental

Outro ponto em destaque é o espaço que apresenta pesquisas e interatividade entre o visitante e os animais da floresta. Na local é possível ter contado com aranhas, cobras e ver em uma espécie de tartaruga conhecida como matamatá (chelus fimbriata), que está na lista de extinção. Na casa, dois profissionais da área da biologia explicam todo o contexto dos animais.

 

O Museu Sacaca ainda apresenta lagos e espaços com animais silvestres como jabuti, tracajás e iguanas, que vivem soltos e nos ambientes naturais.

Baleia-Jubarte

Novidade desde o ano passado, o esqueleto de uma baleia-jubarte (Negaptera Novaengliae) encontrada morta em dezembro de 2018 por moradores da Ilha Vitória, no Arquipélago do Bailique é uma das áreas mais visitadas do Museu.

 

Samaúma das Palavras

Em uma área ampla e cercada de vegetações nativas, encontra-se um ambiente destinado a leitura, jogos lúdicos e manifestações artísticas, principalmente para crianças. O local ainda tem livros e gibis regionais.

Casa da farinha

Passando um pouco do espaço poético e artístico, está a tradicionalíssima Casa da Farinha, que mostra o local onde é produzida de forma artesanal uma das melhores iguarias da culinária amazônica, que é a farinha de mandioca, indispensável no prato da maioria das famílias amapaenses. O ambiente possui um forno à lenha e todos os utensílios que o caboclo usa para produzir o alimento.

Praça de alimentação

Após caminhar e conhecer todo o complexo, os visitantes têm a oportunidade de degustar pratos da culinária tipicamente amapaense, como maniçoba e camarão no bafo, além de sorvetes e bebidas.

Um pedacinho da floresta

O complexo impressiona qualquer visitante seja local ou não. Uma dessas pessoas é a advogada gaúcha Jéssica Diogo, que se mostrou satisfeita em conhecer um pouco mais da Amazônia em plena área urbana de Macapá.

 

“Todo brasileiro necessita conhecer a Amazônia, o Amapá e a Região Norte, como um todo. Aqui é muito rico em natureza, podemos ver os animais e ter contato com tudo que representa a floresta. Eu quero voltar e sempre irei recomendar uma visita ao Amapá”, destacou.

 

Funcionamento

O Museu Sacaca está aberto de terça a domingo, no horário das 9h às 17h. A entrada é franca.

 

 


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