Nota 10

Série Carnaval 2020 em letra e melodia: conheça o samba de enredo da Escola Boêmios do Laguinho

A agremiação carnavalesca tem como cores oficiais do seu pavilhão o vermelho, branco e o dourado, em homenagem à Santíssima Trindade e ao Divino Espírito Santo, e que expressam o amor vibrante pelo bairro do Laguinho.


Fundada em 2 de janeiro, a Associação Universidade de Samba Boêmios do Laguinho teve como seu primeiro presidente o senhor Benedito dos Passos, o “Mestre Bené”, de saudosa memória. A agremiação carnavalesca tem como cores oficiais do seu pavilhão o vermelho, branco e o dourado, em homenagem à Santíssima Trindade e ao Divino Espírito Santo, e que expressam o amor vibrante pelo bairro do Laguinho.

Hoje, a Universidade de Samba Boêmios do Laguinho tem como expressão maior o fundador e presidente de honra Francisco Lino da Silva, o “Menestrel da Nação Negra”, e no seu rol de honrarias despontam o “embaixador” Osmar Júnior, cantor, poeta e compositor, conhecido como o “Poetinha da Amazônia”, e o “Mestre da Nação Negra”, o escritor, sociólogo, poeta e compositor Fernando Canto, laguinense enraizado.

No carnaval deste ano, a Universidade de Samba Boêmios do Laguinho desenvolverá o enredo “Belezas africanas: dádivas que a Mãe África mandou”, mais uma vez valorizando as heranças ancestrais, que foram disseminadas a partir da chegada dos primeiros grupos de negros escravos no Amapá. O contexto da expansão colonial na Amazônia Setentrional e que se tornaram dádivas, ou seja, um tesouro de valor inestimável para a sociedade amapaense, especialmente para o bairro do Laguinho, comunidade do Curiaú e outros lugares do território amapaense, beneficiários desse legado sociocultural e religioso sincrético, onde as influências africanas foram plantadas e continuam fortes.

A agremiação mostrará que o povo amapaense fala por meio do dobrar de seus tambores e da dança de seus corpos, das rezas e ladainhas, da comida, da bebida, da vestimenta, do canto ritmado e dos versos “roubados”. Esse acervo reúne ao longo dos séculos a ancestralidade e a afrodescendência, constituindo o DNA cultural e pertencimento de um povo que se expõe, se manifesta e se comunica por intermédio das heranças, dádivas e belezas deixadas pela ancestralidade de matriz africana.

“A gente, amapaense, se mostra, se manifesta e se comunica pelas heranças, dádivas e belezas deixadas pela ancestralidade de matriz africana e que se perpetua por todos os setores da sociedade a partir da afrodescendência. Esse será o nosso trunfo para buscar o título de campeão do Carnaval 2020”, conta Célio Alício, diretor da Comissão de Carnaval da Universidade de Samba Boêmios do Laguinho.

Confira a letra

Enredo: “Belezas africanas, dádivas que a Mãe África mandou”

Compositores: Vicente Cruz, Meio-Dia da Imperatriz e Leandro Thomaz

Intérprete: Macunaína (in memoriam)

Chegou Boêmios, que maravilha!

Numa nau de emoção

Nessa avenida, roda baiana

Chegou Mãe África e as belezas africanas

Belezas mil singraram o mar

Reis e rainhas, Odoyá!

Abençoadas pelas mãos de Iemanjá

Disse Olorum: planta que dá

Nesse Laguinho há de voar o meu guará

Canta meu povo

Quanta devoção nesse cantar

Poesia no meu coração

Guerreiro forte a lutar

Sou de Ogum

Ninguém vai me derrubar

Oh! Meu pai, Oxalá

Ouça o meu grito de fé

Proteja as riquezas

Minha cor, minha beleza

Theatro do Samba, soberano axé!

Assim rufam os tambores nesse chão

Com a sutileza e a magia da canção

Marabaixo, batuque meu samba

Suas melodias magistrais

Divina arte feita à mão

Quanta emoção!

Oh! Grande Kizomba

Curiaú, minha raiz

Festa do povo, gingado santo

No meu quilombo, sou mais feliz

Roda saia mulher guerreira

“Tia Chiquinha” nossa grande imperatriz


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