Advogado de Isaac Alcolumbre diz que direito de defesa está sendo cerceado pela PF

Railana Pantoja
Da Redação

 

Alessandro Brito, advogado de defesa do ex-deputado estadual e empresário Isaac Alcolumbre, que teve mandado de prisão preventiva decretado na manhã desta quarta-feira (20) durante operação da Polícia Federal (PF) no Amapá, alega que a defesa está tendo seu direito cerceado pela PF.

Segundo Dr. Alessandro Brito, mesmo solicitando legalmente, a defesa ainda não conseguiu ter acesso aos documentos da operação Vikare, deflagrada nas primeiras horas desta quarta (20) para combater tráfico transnacional de drogas. “Mais uma vez houve, por parte da PF, um procedimento que nós imputamos como ilegal. Até agora, a defesa não teve acesso a absolutamente nada, inclusive, foi impedida de acompanhar as buscas e ter acesso ao nosso cliente [Isaac]. Eu contactei o presidente nacional da OAB, que entrou em contato com a superintendência daqui da PF e eles nos confirmaram que apoiavam esse tipo de procedimento”, apontou o advogado de defesa do empresário.

O advogado informou que somente por volta das 13h é que o empresário foi levado para a Superintendência da PF no Amapá, localizada na rodovia norte-sul. “Chegamos por volta das 7h na casa do senhor Isaac e ainda não conseguimos ter acesso ao nosso cliente. A mídia nacional já alardeia com fotos e vídeos informações sobre nosso cliente, mas a advocacia e a defesa, infelizmente, estão cerceadas. Os acusados não estão sendo ouvidos e respeitados com suas defesas”, lamentou.

Alessandro Brito alega ilegalidades durante a operação e diz que vai questionar judicialmente a ação. “O que podemos informar é que Isaac é empresário renomado, de família tradicional, realmente é dono de um aeródromo em Macapá, mas isso não configura que ele tenha envolvimento com qualquer atividade ilícita, ao contrário, todo o patrimônio dele está declarado no imposto de renda, ele é um cidadão de bem e não responde por nenhum processo criminal. Todos os esclarecimentos serão feitos durante a instrução do inquérito”, defendeu o advogado.

Isaac Alcolumbre presta depoimento ainda hoje (20) na PF. “Vou acompanhá-lo no depoimento e entraremos com pedido de revogação da prisão. Caso seja negado, entraremos com habeas corpus no TRF-1. Entendemos que é ilegal e injustificável a prisão preventiva”, finalizou Alessandro Brito.

Pierre Alcolumbre, tio de Isaac, rechaçou a exposição da família e disse que as verdades serão esclarecidas. “Todo mundo sabe que Isaac tem um aeródromo no Curiaú, de onde decolam muitas aeronaves todos os dias, inclusive, lá é a segunda opção de pista de Macapá. É uma pista legalizada, pronta para operar e com aeronaves de vários proprietários. Infelizmente não podemos nos responsabilizar pelas pessoas que pousam ou decolam lá. Com relação ao tráfico de drogas, podemos afirmar que não existe isso. É uma questão de honra para todos nós provar isso na justiça. Ficamos entristecidos com a acusação, vamos provar que não existe”, frisou.

 

Operação

A Polícia Federal deflagrou nesta quarta-feira (20) a operação Vikare, de combate ao tráfico internacional de drogas. Foram cumpridos 24 mandados de prisão preventiva e 49 mandados de busca e apreensão em Macapá (AP) e nos estados do Pará, Amazonas, Piauí, Ceará, e Mato Grosso do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná.

O objetivo é combater os crimes de tráfico transnacional de drogas, associação para o tráfico, organização criminosa e lavagem de dinheiro, que utilizava o estado amapaense como base operacional de suas atividades relacionadas à importação e transporte de drogas por meio de aeronaves que seguiam voos para outras regiões do Brasil e países como Bolívia e Venezuela.

Além de empresas e residências, a operação também mirou, em Macapá, um aeródromo particular de onde as aeronaves usadas no esquema levantavam voo.

 

 

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