Polícia

Caso Manoelzinho: brasileiro é condenado a 130 anos de prisão por assassinato de policiais franceses

Ronaldo Lima, o ‘Brabo’, foi condenado na madrugada desta quinta-feira (05) a 130 anos de prisão pelas mortes dos policiais franceses Sebastien Pissot e Stephane Moralia e por outras 22 tentativas de homicídio. Crimes ocorreram em 2012.


Ronaldo ‘Brabo’ foi condenado a 130 anos de prisão pelos crimes

Da Redação

 

A Justiça Federal do Amapá, em sessão inédita do tribunal do júri, condenou na madrugada desta quinta-feira (05) o réu Ronaldo Silva Lima, o ‘Brabo’, a 130 anos de prisão pelos assassinatos dos policiais franceses Sebastien Pissot e Stephane Moralia e por outras 22 tentativas de homicídio. A sentença foi lida pelo juiz federal Mário de Paula Franco Júnior, da 4ª Vara Federal, após 17 horas de julgamento. O conselho de sentença, formado por sete cidadãos, decidiu por maioria pela condenação do acusado.

O outro acusado de envolvimento nos crimes, Manoel Moura Ferreira, o “Manoelzinho”, que estava preso no Iapen, morreu no mês de janeiro deste ano após ter sido levado ao Hospital de Emergências de Macapá com insuficiência respiratória. Há época foi informado que ele estava com tuberculose e que havia contraído o novo coronavírus.

Por esse motivo, o MPF pediu a extinção de punibilidade do réu. O bando do qual ele seria chefe e ao qual pertencia Ronaldo Lima, praticou os crimes em 27 junho de 2012, em uma área de garimpo clandestino em meio às florestas, em Dorlin, no município de Maripasoula, na Guiana Francesa. A morte dos oficiais franceses gerou grande comoção na França.

Policiais franceses Sebastien Pissot e Stephane Morali morreram no ataque

 

O homicídio e as tentativas de homicídio ocorreram durante uma operação conjunta entre as Forças Armadas da Guiana Francesa e a Gendarmaria Nacional. Durante a operação, um efetivo de 40 agentes deslocou-se para Dorlin em quatro helicópteros. Porém, houve o recuo das forças de segurança após uma das aeronaves, com seis policiais a bordo, ser atacada por tiros de fuzil.

A ação foi retomada quatro horas depois, com 18 agentes, que desembarcaram em local mais afastado e seguiram por terra em direção ao garimpo. No caminho, foram surpreendidos por uma emboscada e alvejados com tiros de fuzil. Sebastien Pissot e Stephane Moralia foram mortos e três gendarmes ficaram feridos.

No julgamento, o Ministério Público Federal foi representado pelo procurador regional da República Vladimir Aras e pelos procuradores da República Bruno Domingos, integrante do Grupo de Apoio ao Tribunal do Júri, e Sadi Flores Machado. O magistrado de ligação da França no Brasil, Alain Zakrajsek, acompanhou a sessão presencialmente.

O julgamento foi transmitido pelo Youtube, no canal da Justiça Federal do Amapá, em português, com tradução simultânea para o francês. O Tribunal do Júri do Caso Manoelzinho foi o primeiro júri federal realizado no Amapá desde a transformação do território em estado.


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