Polícia

Condenado por matar delegado no Ceará, procurador de justiça aposentado do Amapá é preso no DF

Ernandes Lopes Pereira foi preso quando passava de carro no Pistão Sul, em Taguatinga


Ernandes Lopes já havia sido preso anteriormente pelo crime

A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) prendeu, na quarta-feira (3), o procurador de Justiça aposentado pelo Ministério Público do Amapá (MP-AP) Ernandes Lopes Pereira, de 71 anos. Ele foi condenado há dois anos pela morte do delegado Cid Peixoto do Amaral Júnior, de 60 anos. O crime ocorreu em 2008, no Ceará, para onde Ernandes retornou após ser aposentado.

 

O policial foi morto com um disparo de arma de fogo, na frente da mãe, enquanto visitava a casa do procurador, em Lagoa da Precabura, no município do Eusébio, Região Metropolitana de Fortaleza. A Justiça cearense sentenciou Ernandes a 13 anos e nove meses de prisão em 2019, e ele era procurado desde então.

Delegado Cid Peixoto foi morto com um tiro na frente da mãe

O delegado Laércio Rossetto, à frente das investigações, informou que o homem foi preso no Pistão Sul, em Taguatinga (DF), quando passava de carro na região. O sentenciado morava no Riacho Fundo II, com a esposa.

 

De acordo com a Coordenação de Repressão a Homicídios e de Proteção à Pessoa (CHPP), da PCDF, Ernandes foi encontrado após “um mês de diversas diligências, levantamentos de inteligência policial e vigilância de campo”.

 

A operação que resultou na prisão do procurador foi batizada em Eusébio, em referência ao município aonde o crime ocorreu.

 

O crime

Cid e Ernandes eram amigos de infância. O crime ocorreu em 13 de agosto de 2008, mas a condenação, em segunda instância, saiu em 17 de julho de 2019. Nos autos do processo, o procurador alegou para a Justiça que o disparo ocorreu “sem querer” após ele ter ingerido bebida alcoólica.

 

De acordo com a investigação, pelo menos três pessoas estavam na casa. Uma das testemunhas, o motorista do procurador, contou para a polícia que o patrão consumiu bebida alcoólica desde o início da manhã do crime.

 

O motorista disse ainda que não houve discussão entre o procurador e a vítima. Os advogados da família do delegado e o Ministério Público defenderam que a ação de Ernandes foi proposital.

 

Uma das testemunhas de acusação, a perita criminal Luciana de Amorim – que trabalhou no caso –, afirmou que a arma usada no crime é “uma das mais seguras”, pois possui três travas de segurança. “Sem vontade de acionar, não dispara”, afirmou Luciana perante o júri.

 

No fim de 2018, o procurador teve a prisão em regime fechado decretada. Em março de 2019, ele foi preso no DF devido ao mandado de prisão que permanecia em aberto. Porém, horas depois, conseguiu um habeas corpus.


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