Polícia

Ex-presidente do Lacen comenta operação da PF que investiga desvio de R$ 1 milhão no órgão

Segundo Nahom Galeno, desvios de recursos investigados pela PF foram denunciados pela própria direção do Laboratório, em 2016.


Em entrevista exclusiva concedida nesta quarta-feira (30) ao programa LuizMeloEntrevista (DiárioFM 90,9), o ex-presidente do Laboratório Central de Saúde do Amapá (Lacen), Nahom de Sá Galeno, que atualmente exerce o cargo de diretor-executivo da Superintendência de Vigilância em Saúde (SVS), que incorporou o órgão, criticou a ação de busca e apreensão realizada pela Polícia Federal (PF) no curso da operação ‘Diagnósis’, deflagrada na terça-feira (29) em Macapá e nos municípios de Ananindeua e Belém (PA).

 

Segundo Nahom, não havia razão para a ação, haja vista que a denúncia foi feita em 2016 por ele próprio, e na época entregou à Polícia Federal todos os documentos pertinentes ao caso. “Em setembro de 2016 eu detectei algumas despesas extra-orçamentárias suspeitas, então  chamei a servidora responsável pela área administrativa e financeira na época para ver o que tinha acontecido e ela admitiu as irregularidades”.

 

De imediato, conforme explicou o ex-presidente, ele pediu a exoneração da servidora e foi iniciada a apuração dos fatos. “Nesse mesmo dia apresentei à secretária de Saúde o pedido de exoneração da servidora. De imediato a doutora Renilda, que era a secretária, disponibilizou uma equipe técnica que junto com meu pessoal de confiança, fez uma varredura contábil, e tudo foi mantido em sigilo para não atrapalhar a investigação administrativa, por isso não houve qualquer comunicação direta com nossos servidores; por isso fiquei até surpreso por tanta repercussão na mídia, e na realidade não houve necessidade do Lacen ser alvo da Polícia Federal, porque tudo foi disponibilizado em 2016, mais exatamente em 20 de outubro, quando encaminhei ofício com todos os processos digitalizados que autorizaram os pagamentos”.

 

Perguntado sobre como a servidora conseguia fazer esses pagamentos, embora as empresas não tivessem qualquer vínculo contratual com o Lacen, Nahom respondeu que ele repassou a suspeita à PF de que a mesma manipulava o sistema mudando o CNPJ das empresas e que, no que diz respeito à inserção de dados, ela o fazia por ser a responsável pela chefia da área administrativa e financeira. “Ela era pessoa de confiança, tinha confiança administrativa, tanto que eu observei algumas assinaturas minhas falsificadas; com esse processo de investigação a gente deve descobrir mais coisas”, aditou.

 


Também ouvido pela bancada do programa, o sub-procurador geral do estado, Juliano Avelar, fez questão de esclarecer que a servidora acusada dos desvios não fazia parte do quadro do Lacen. “Infelizmente, não raro, servidores públicos concursados e outros detentores de cargos e contratos assumem posição relevante na administração, e, inclusive, atestam notas fiscais. Mas, quero frisar que ela não era servidora do Lacen e estava no órgão com cargo comissionado. Digo isso para tranqüilizar os demais servidores que cumprem com suas obrigações”.


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