Polícia

Juiz federal rejeita pedido para revogar prisão do “investidor” Elton Lira

Para Antônio Carlos Almeida Campelo, Elton Lira está sendo investigado por integrar uma grande e audaciosa organização criminosa


O juiz Antônio Carlos Almeida Campelo,, da Justiça Federal do Pará, indeferiu o pedido de revogação da prisão (ou a substituição por medidas cautelares diversas) de Elton Félix Gobi Lira, administrador das empresas Êxito e Assessoria Ltda., Êxito Consultoria de Investimentos Ltda e Êxito Previdência Ltda, que está preso desde o dia 11 de abril.

 

Elton Lira alegou que não mais subsistem os fundamentos da garantia da ordem pública e da aplicação da lei penal. E que não há proporcionalidade e contemporaneidade dos fatos para amparar a medida constritiva e pediu extensão da aplicação de medidas cautelares diversas da prisão a co-ré Fabiane da Silva Gomes, para cuidado de seu filho em comum. O Ministério Público Federal (MPF) manifestou-se pelo indeferimento do pedido.

 

Elton foi preso por força de decreto preventivo, na operação Olho de Tandera, que tem investigações apuradas em quatro inquéritos policiais e visa à apuração da prática de vários crimes contra o Sistema Financeiro Nacional, destacando, corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa, envolvendo suposta atuação irregular e fraudulenta das empresas do grupo Êxito, todas diretamente administradas por Lira, e que teriam recebido vultosas quantias de fundos de previdência de municípios do estado do Pará, para promover aplicações financeiras, atuando como instituições financeiras, sem, contudo, terem, para tanto, autorização do Banco Central do Brasil.

 

A apuração revelou gravíssimas condutas criminosas e a denúncia já foi recebida. Elton Félix Gobi Lira atuava como mentor da organização criminosa e controlava o Grupo Êxito, cujas empresas receberam cerca de R$ 200 milhões, segundo estimativa da autoridade policial, de investidores diversos, em especial fundos de previdência de municípios do interior do estado do Pará, para serem supostamente aplicadas em carteiras administradas pelas empresas do Grupo, que não detinham qualquer certificação ou autorização do Banco Central para atuarem no mercado financeiro como corretoras.

 

Restou constatado que as empresas do Grupo Êxito eram utilizadas como empresas de fachada, que não utilizavam empregados e eram destinadas exclusivamente para a prática de ilícitos. A empresa Êxito Consultoria de Investimentos Ltda, que tem como um dos sócios ativos Elton Lira, foi identificada, pela investigação policial, como envolvida em diversas fraudes previdenciárias, inclusive contra a empresa de previdência do município de Palmas PREVIPALMAS.

 

Elton responde por diversas ações criminais relativas a crimes semelhantes em Belém, Tocantins e Araguaína.
“Assim, percebe-se que Elton atua de forma reiterada em crimes de estelionato e contra o sistema financeiro, sempre se utilizando de suas empresas para essa finalidade. Elton lidera ativamente uma grande e audaciosa organização criminosa voltada para crimes graves contra o sistema financeiro, mediante atos de corrupção e lavagem de dinheiro. Assim, evidencia-se de forma cristalina o fundamento da garantia da ordem pública, para decretação da prisão preventiva, para evitar que Elton continue a liderar a organização criminosa e volte a atuar na prática criminosa como já vem fazendo há muito tempo. Além disso, Elton já demonstrou não possuir outro meio de vida, a não ser a prática de diversos crimes graves como corrupção , crimes contra o sistema financeiro, lavagem de dinheiro e integração de organização criminosa, sendo que o réu continuará na criminalidade caso seja colocado em liberdade. ELTON não demonstrou a comprovação de endereço certo, posto que sua ex-concubina Dayanne Lima, que reside em Macapá, alegou em depoimento à autoridade policial que teve seu nome usado por ele e que sequer sabia que este era casado em Tocantins. Dayanne, que chegou a ser presa, alegou que Elton abandonou a filha e nunca lhe prestou assistência material” ressaltou o juiz.

 

Para Antônio Carlos Almeida Campelo, Elton Lira está sendo investigado por integrar uma grande e audaciosa organização criminosa voltada para o desvio de duzentos milhões de reais, mediante prática de vários delitos, o que merece um tratamento mais constritivo por parte do Judiciário, daí o indeferimento da revogação da prisão.


Deixe seu comentário


Publicidade