Justiça expede mandado de prisão preventiva contra soldado da PM acusado de feminicídio
Soldado da PM Kássio Mangas teve a prisão preventiva decretada pela 1ª Vara do Tribunal do Júri. Delegada Sandra Dantas diz que defesa já fez contato para apresentá-lo nesta terça (14).
A 1ª Vara do Tribunal do Júri de Macapá expediu mandado de prisão preventiva contra o soldado da Polícia Militar Kássio de Mangas dos Santos, 29 anos, que assassinou com três tiros no final da tarde de domingo (12) a companheira e cabo da PM, Emily Karine de Miranda Monteiro, de 29 anos. O crime ocorreu no interior da casa da vítima, no bairro Pacoval, zona norte de Macapá.
A delegada Sandra Dantas, da Delegacia Especializada em Crimes Contra a Mulher (DECCM), disse em entrevista ao programa LuizMeloEntrevista (Diário 90,9FM) de que o advogado de defesa do soldado já havia feito contato e realizava tratativas para apresentá-lo na delegacia, o que deveria ocorrer ainda nesta terça-feira (14).
“O advogado já manteve contato na segunda-feira e ficou de fazer nova comunicação nesta terça-feira. O fato é que já existe um mandado de prisão em aberto e o policial é considerado foragido. Estamos aguardando esse tramite para poder prosseguir com os encaminhamentos. O caso é tratado como feminicídio”, disse a delegada.
Fim de relacionamento
A presidente do inquérito também declarou que as investigações revelam que Emily já vinha tentando pôr fim ao relacionamento há cerca de seis meses. Ela e o policial tiveram uma convivência conjugal de cerca de dois anos.
Na manhã de domingo (12) ela teria finalmente decidido pela separação definitiva. Segundo Sandra Dantas, Kássio deixou o imóvel por volta de 10h30, aparentemente tendo concordado com a separação.
“No final da tarde ele retornou à residência onde permaneceu por cerca de 50 minutos. O cenário que encontramos foi de total violência. A vítima foi morta de forma cruel. Ela sofreu várias agressões antes de ser baleada”, descreveu a delegada.
Durante pesquisa no sistema da DECCM foi descoberto que o policial Kássio Mangas, que tem dez anos de corporação, já havia ameaçado de morte duas outras ex-namoradas, sempre com emprego de arma de fogo. Os boletins foram registrados nos anos de 2008 e 2016. Uma dessas seria outra policial militar com quem ele manteve um relacionamento amoroso.
“Já existe um histórico de agressão. Lamentavelmente houve essa tragédia. Ele será indiciado por feminicídio”, concluiu.
Reportagem: Elden Carlos
Fotos: Divulgação
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