Polícia

Mulher presa com 1 quilo de crack, em Santana, é solta em audiência de custodia

Juíza de plantão observou que Malena Furtado, de 23 anos, é mãe de dois filhos menores de 12 anos e se baseou no HC Coletivo nº 43641, do STF, para decretar a soltura da investigada.


A juíza Luciana Barros de Camargo, do plantão da Comarca de Santana, expediu mandado de soltura durante audiência de custódia realizada na tarde de sábado (21), no Fórum daquele município, de Malena Furtado Vaz, de 23 anos, que havia sido presa na madrugada do mesmo dia com 1 quilo de droga (crack) no interior de um navio que atracou no Porto do Grego, na cidade santanense, oriunda de Santarém (PA).

 

A prisão foi feita por policiais da 1ª Delegacia de Polícia Civil de Fazendinha e do Batalhão de Operações Especiais (Bope).

 

A magistrada – apesar de considerar as provas substanciais do crime de tráfico de drogas – se baseou no HC Coletivo nº 43641, observando que Malena tem dois filhos menores de 12 anos que residem e dependem economicamente dela.

 

Porém, a juíza Luciana Barros aplicou medidas cautelares como: não se ausentar da Comarca sem a prévia autorização do juízo; comparecimento mensal à justiça (todo dia 21) para justificar sua atividade e recolhimento domiciliar noturno, se segunda a sexta-feiras, até às 20h, e aos sábados e domingos até às 14h. Com a medida, Malena passa a responder ao processo em liberdade. Durante a audiência, Malena relatou ter sido vítima de tortura por parte dos policiais que efetuaram a prisão. A juíza determinou encaminhamento de cópia da audiência para Corregedoria da Polícia Militar no sentido de se abrir um processo investigativo.

 

O caso
Malena Furtado Vaz, de 23 anos, foi presa na madrugada de sábado (21) em um navio no Porto do Grego, em Santana, com 1 quilo de crack escondido em mala. Ela usou pó de café para tentar disfarçar o cheiro da droga.

“Havíamos recebido uma denúncia sobre um possível carregamento de drogas que estaria sendo transportado de Santarém (PA) para Santana (AP). Conseguimos levantar as informações necessárias da pessoa [mula] que estaria fazendo esse transporte. O setor de inteligência da Sejusp repassou esses dados e então acionamos o Batalhão de Operações Especiais (Bope) para dar apoio logístico nessa missão, já que existem complexidades nesse tipo de operação”, detalhou o delegado Júlio César Darques, da 10ª Delegacia de Polícia Civil (10ª DP), sediada no distrito de Fazendinha, e onde o inquérito foi instaurado.

 

“Tínhamos registro fotográfico da suspeita e todos os detalhes que nos substanciaram na busca. Utilizamos um cão farejador para inspecionar as bagagens. Assim que a embarcação aportou nos informamos os passageiros sobre as buscas e repassamos as diretrizes necessárias para não causar nenhum tipo de constrangimento. A ação ocorreu de forma rápida porque já conseguimos visualizar a suspeita. Ela confessou de imediato que estava transportando a droga e mostrou onde o entorpecente estava guardado”, declarou o major Kleber Monteiro, subcomandante do Bope.

 

“Ela nega qualquer envolvimento na prática desse delito referente à questão de tráfico de drogas, visto que nunca sequer passou pela cabeça dela de transportar uma mala com drogas. Ela é primária, têm bons antecedentes, residência fixa, constitui família, têm dois filhos e nega a acusação”, declarou o advogado de defesa Hugo Silva.

 

Reportagem: Elden Carlos e Jair Zemberg
Fotos: Jair Zemberg


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