Polícia

Operação Sangria apura desvio de R$ 10 mi com fraudes em Calçoene

Alvo principal é a prefeitura de Calçoene. O atual prefeito, Jones Cavalcanti, está entre os investigados. A operação teve desdobramentos em Macapá e Vitória do Jari.


O Grupo de Atuação Especial para Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Amapá (MP-AP), deflagrou na manhã desta segunda-feira (24) a Operação Sangria, que apura o desvio inicial de cerca de R$ 10 milhões em licitações fraudulentas na prefeitura do município de Calçoene. O atual gestor, Jones Cavalcanti, segundo o Gaeco, é um dos investigados.

 

Além da casa do prefeito, secretários, servidores e empresários foram alvo da operação, também, nos municípios de Macapá e Vitória do Jarí, onde foram cumpridos 23 mandados de busca e apreensão no total. Sete deles foram na capital. A operação, que contou com apoio das polícias Civil e Rodoviária Federal, tem o objetivo de desarticular a organização criminosa que atua na prática criminosa de fraude e direcionamento de licitações, lavagem de dinheiro, peculato e formação de quadrilha.

 

A Sangria é fruto de investigações iniciadas pela titular da Promotoria de Justiça do município de Calçoene, promotora de Justiça Christie Girão. As ações da operação foram coordenadas pelo procurador-geral de Justiça do Ministério Público, Márcio Augusto Alves, e pelo subprocurador -geral de Justiça, Nicolau Crispino.

 

Ao todo, 40 pessoas estão sendo investigadas, dentre elas secretários municipais, servidores do município, empresários e o atual prefeito de Calçoene. A prática ilícita foi identificada em várias áreas do Executivo municipal, como saúde e educação, entre outras pastas.

“Realizamos a operação com a autorização do Judiciário, que nos permitiu o ingresso em algumas residências, acesso às chefias de secretarias e empresários que participavam dessa organização. Estamos no início das investigações, mas algumas provas confirmam os crimes. Ainda serão periciados os materiais apreendidos hoje”, pontuou Nicolau Crispino.

 

Durante a ação, o MP-AP apreendeu muitos documentos e equipamentos eletrônicos, que passarão por análise de profissionais especializados da instituição.

“O atual prefeito de Calçoene está sendo investigado, e no caso de Vitória do Jari a ação ocorreu por conta de um desdobramento, mas ainda não temos uma conclusão do envolvimento da alta autoridade municipal daquela cidade. A prática da organização é a mesma de outras que já investigamos, com um grupo de licitação que favorece as fraudes; alguns empresários que são beneficiados pelos procedimentos licitatórios fraudados e os agentes públicos que aceitam propina para ajudar nesse esquema ilícito. As fraudes nos procedimentos licitatórios podem chegar aos R$ 10 milhões subtraídos, mas, não estamos afirmando que foram 10 milhões desviados, somente que o montante pode chegar a essa soma”, explicou o coordenador do Gaeco, Afonso Guimarães.


Deixe seu comentário


Publicidade