Polícia

PC desarticula quadrilha dos golpes do ‘PIX Reverso e da Novinha’

Vinte e quatro mandados de prisão preventiva e dez de busca e apreensão foram cumpridos no Iapen, contra grupo acusado de se passar por policiais para extorquir vítimas no Amapá


 

Elen Costa
Da Redação

 

A Delegacia de Repressão a Fraudes Eletrônicas (DRFE) no Amapá, a 3ª Delegacia de Polícia Civil, através da Operação Aleteia, cumpriu nessa quarta-feira, 10, 24 mandados de prisão preventiva e dez de busca e apreensão no Instituto de Administração Penitenciária (Iapen), contra um grupo acusado de se passar por policiais para extorquir vítimas no Amapá através do ‘PIX Reverso’ e do ‘Golpe da Novinha’.

 

Nomeada em homenagem à deusa grega da verdade, Aleteia reflete no enfrentamento das redes de estelionato eletrônico que operavam com sofisticação e audácia em território amapaense. A investigação iniciou após o registro de mais de 40 boletins de ocorrência relatando a mesma prática criminosa.

 

 

De acordo com as investigações, o grupo tinha duas linhas de atuação, a primeira, a do Pix Reverso; seria com a aplicação de golpes com falsas transferências. Os criminosos buscavam nas redes sociais por produtos à venda, entravam em contato com a vítima e, durante a negociação, informavam que, por causa de problemas relacionados ao limite de PIX, teriam que fazer o pagamento via transferência bancária. A partir daí, os bandidos manipulavam um comprovante de pagamento falso e enviavam ao vendedor. Para receber o produto e não serem descobertos, os golpistas usavam um laranja.

 

“Eles diziam que estavam de plantão, já que seriam policiais, e não poderiam ir buscar o produto. Então, informavam que um parente iria buscar. Em alguns casos chamavam até motoristas de aplicativo para realizar a retirada. Dias depois, a vítima via o seu objeto sendo anunciado novamente”, detalhou o adjunto da DRFE, delegado Raphael Paulino, completando que motoristas não tinham relação com o crime e também foram vítimas.

 

 

Outro modus operandi funcionava da seguinte forma: a vítima iniciava uma conversa com o criminoso que se passava por uma mulher menor de idade. O bate-papo era com cunho sexual, inclusive com trocas de ‘nudez’. Depois, uma pessoa que se identificava como um policial entrava em contato com a vítima e afirmava que ela seria presa por compartilhar conteúdo pornográfico de menores. Em seguida, pedia dinheiro para não denunciar a vítima. A prática do crime de extorsão na modalidade ‘sextorsão’é conhecida como “golpe da novinha”.

 

Mais de 60 depoimentos foram realizados. A polícia também recuperou valiosos bens subtraídos. Houve a quebra do sigilo telefônico de pessoas envolvidas no esquema e o bloqueio de 26 contas bancárias.

 

“As ações dessa operação resultaram na desarticulação financeira e operacional da quadrilha, com destaque para a prisão de figuras-chave no esquema”, disse Paulino.

 

 

Durante as buscas foram apreendidos vários telefones celulares e 500 gramas de maconha no interior de celas situadas no Seguro A.

 

A realização da Operação Aleteia contou com a colaboração de unidades como o Núcleo de Operações e Inteligência (NOI); a Delegacia de Polícia de Porto Grande; a Delegacia de Polícia de Itaubal do Piririm; a Delegacia Especializada em Crimes Contra o Patrimônio (DECCP); a Polícia Penal.

 

“Essa operação serve como um lembrete vigoroso da vigilância contínua e do comprometimento das forças de segurança do estado na proteção da sociedade contra as ameaças digitais. Ela sublinha a importância da educação pública sobre os perigos do estelionato eletrônico e a necessidade de medidas de segurança reforçadas no uso das plataformas digitais. A comunidade é encorajada a permanecer alerta, reportar atividades suspeitas, e colaborar com as autoridades, reforçando o princípio de que a segurança é uma responsabilidade compartilhada”, destacou o delegado Raphael Paulino, adjunto da DRFE.

 


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