Polícia

PC prende estelionatário que usava nome da Petrobras para dar golpe em jovens no Amapá

Vítimas pagavam até R$ 300 para fazer um falso curso que – segundo o estelionatário – lhes garantiria emprego na estatal.


Um homem identificado como Müller Silva da Silva, de 33 anos, foi preso nesta terça-feira (29) por agentes da 6ª Delegacia de Polícia Civil de Macapá, acusado dos crimes de estelionato, falsidade ideológica e falsa identidade.

O caso

Há quatro meses a delegacia vem investigando um esquema operado por Müller Silva que buscava contato com pessoas ligadas a grupo sociais e se apresentava como representante da empresa estatal de economia mista Petrobras Brasileiro S.A. no Estado do Amapá.


Afirmava a estas pessoas que a empresa teria interesse em investir no Estado do Amapá com o objetivo de fomentar o empreendedorismo entre os jovens, principalmente nos municípios de Macapá, Porto Grande, Ferreira Gomes, Tartarugalzinho e Oiapoque, e que a estatal estaria ofertando bolsas de estudos no valor de R$ 250,00 [mensais], durante três anos, àqueles jovens que se submetessem a um curso ministrado pelo próprio Müller. A duração seria de duas semanas.O estelionatário apresentava aos líderes de grupos sociais encartes da Petrobras para embasar o argumento de que representaria a empresa no Amapá e que necessitaria de jovens para poder implementar os projetos sociais nas comunidades.

Para tanto, criou uma camisa em que havia a logomarca de petroleira no verso da estampa, como se fosse a “patrocinadora” do evento.

Em contrapartida, solicitava dos jovens carentes quantias que variavam de R$ 50 a R$ 300. O valor seria para pagamento da taxa de inscrição e custeio.


As investigações mostraram que mais de 250 jovens, em todo o estado, participaram dos encontros promovidos pelo investigado em parceria com as entidades sociais, e muitos deles entregaram a ele as quantias pecuniárias que eram solicitadas.

Ao final do evento, com a conclusão do curso, os jovens e as entidades sociais perceberam que a Petrobras não iria comparecer ao ato solene de entrega dos diplomas e bolsas de estudos, e chegaram a conclusão que tudo não passava de um golpe.

Outro caso

Em um outro Inquérito instaurado pela 6ª Delegacia de Polícia da capital, Müller Silva prometeu a um grupo de jovens empreendedores viagens às cidades de Belém (PA) e São Paulo (SP) onde eles participariam de um curso promovido pela estatal, com todas as despesas pagas,  o que incluía passagem aérea, alimentação, hospedagem, deslocamento, dentre outros benefícios.

Exibiu a estes jovens encartes e documentos afirmando ser representante da Petrobras no estado do Amapá e responsável pelos projetos sociais da empresa na localidade.

Para participar do evento, cada jovem teria que desembolsar a quantia de até R$ 100.

Com a proximidade da data do evento, alguns jovens solicitavam que Müller Silva lhes enviasse o localizador da passagem aérea para realizar o check-in, e eram surpreendidos com a informação de que o evento havia sido cancelado pela Petrobras.

Conforme apurado no procedimento investigatório, tudo não passou de uma fraude e o objetivo do investigado seria obter vantagem econômica indevida, em detrimento desses jovens, utilizando o nome da empresa para encetar veracidade aos eventos que foram criados.

De acordo com o delegado de Polícia Leandro Vieira Leite, que conduziu as investigações, “tudo foi criado em torno da Petrobras e a utilização de materiais gráficos, promessas de viagens, cursos e bolsas de estudos arregimentaram um número considerável de pessoas que buscavam uma melhora na  qualidade de vida como um todo”.

Os Inquéritos Policiais foram concluídos com o indiciamento e encaminhados à Justiça para o prosseguimento na persecução penal.  A pena prevista para o crime de estelionato é de reclusão de 1 a 5  anos e multa. A pena para falsidade ideológica é de 1 a 5 anos de prisão, além de multa, e a de falsa identidade é de detenção de 3 meses a 1 ano, mais multa.


Deixe seu comentário


Publicidade