Polícia

Polícia divulga dados dos 29 dias da Operação Átria

De acordo com levantamentos, casos de lesão corporal e crimes mais graves, como estupros, diminuíram


 

Elen Costa
Da Redação

 

Foram divulgados nesta segunda-feira, 1, os resultados da Operação Átria no Amapá. Ordenadas pela Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), do Ministério da Justiça, no Amapá as ações tiveram apoio da Secretaria de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) e coordenação da Delegacia Especializada em Crimes Contra a Mulher (DECCM).

 

Segundo os dados, 67 inquéritos policiais foram instaurados e 43 concluídos somente em março; cem prisões foram efetuadas; 667 mulheres atendidas e oito resgatadas.

 

Foto: Joelson Palheta/DA

 

O efetivo contou com 117 policiais e 23 viaturas. As ações de panfletagens chegaram a 23 e palestras realizadas em escolas, empresas e na penitenciária foram 35.

 

“O número de pessoas alcançadas com ações foi de 2.232. Pela mídia digital superamos os 6 mil”, comemorou a titular da DECCM, delegada Marina Guimarães.

 

Durante as atividades, os agentes apreenderam uma arma artesanal e uma espingarda, além de nove armas brancas. As denúncias apuradas ultrapassaram a casa das 160 e as diligências a das 240. Mais de 670 vítimas foram atendidas. Dois menores de idade foram apreendidos em flagrante por violência doméstica contra a mulher, e um por meio de um mandado de busca e apreensão.

 

Houve ainda 67 prisões em flagrante delito, o cumprimento de 14 prisões preventivas e a condução de 16 suspeitos para delegacia.

 

No período da operação, 482 boletins de ocorrência e quatro termos circunstanciados foram confeccionados. A Polícia Civil representou por 18 medidas cautelares e solicitou outras 69. No total foram feitas 683 incursões.

 

 

Para a autoridade policial, os números foram considerados satisfatórios, principalmente por causa da participação de vários entes.

 

“É o efeito de um trabalho muito árduo. Quando não conseguimos fazer a interligação entre todos os órgãos, a operação está fadada ao fracasso, porque quando se fala na defesa da mulher, devemos pensar numa rede de atendimento. Precisamos fornecer a esta mulher todos os serviços disponíveis no estado”, ponderou Marina.

 

Durante os 29 dias, a Operação Átria atendeu o enfrentamento e a precaução de todo tipo de violência contra a mulher. Ela abrangeu os 16 municípios, mas teve reforço específico naqueles onde o índice de violência de gênero é maior, como Macapá, Santana, Oiapoque, Laranjal do Jari, Pedra Branca, Porto Grande e Tartarugalzinho.

 

Um dos principais pontos que elevam o índice de violência contra a mulher é a educação. Por isso, trabalhos de prevenção nas instituições de ensino, empresas e dentro do Instituto de Administração Penitenciária (Iapen) foram energizados.

 

 

“Quando detectamos o problema, focamos na solução para conseguir romper essa questão de cultura, do machismo estrutural, para conseguirmos reduzir a violência”, disse a delegada.

 

Policiais civis, militares, o Poder Judiciário, a Assembleia Legislativa, a Procuradoria Especial da Mulher, a Secretaria de Políticas Públicas para as Mulheres, aprimoravam os trabalhos no objetivo de buscar novas fontes de atendimento às vítimas. Um Centro de Conciliação será inaugurado nos próximos dias, no prédio da DECCM.

 

De acordo com os levantamentos da polícia, os casos de lesão corporal e crimes mais graves, como estupros, diminuíram. Marina Guimarães atribui o feito à Operação Xamar, deflagrada anteriormente.

 

“Isso é sinal que tem surtido efeito. O número de ocorrências é o mesmo, mas as mulheres estão procurando ajuda antes que o caso vire uma agressão física. Os registros de crimes de calúnia, difamação, injúria e ameaça aumentaram porque a mulher, tomando conhecimento do que é a rede de atendimento, do que ela pode encontrar, qual é o trabalho da polícia, ela se encoraja em buscar ajuda”, avaliou Marina.

 

 

Operação Átria nas aldeias indígenas e região ribeirinha

Com registro de cem prisões e mais de seiscentos atendimentos a vítimas de violência doméstica, encerrou na última quinta-feira, 29, a operação Átria, no Amapá.

 

Durante março, ações de prevenção e combate à violência contra a mulher e ao feminicídio foram intensificadas, com objetivo de identificar suspeitos de ameaça, lesão corporal, estupro, importunação e perseguição. Além disso, verificar o descumprimento de medidas protetivas e outros crimes relacionados.

 

A comandante da Patrulha Maria da Penha da Polícia Militar, tenente Waldenice Nogueira, destacou que a ação, desenvolvida de forma integrada, possui como objetivo proteger o público feminino.

 

Este ano, a operação conseguiu alcançar aldeias indígenas e regiões ribeirinhas do estado, como o distrito do Bailique.

 

“Sabemos que a violência contra a mulher existe em todos os âmbitos da sociedade. Nosso trabalho foi voltado para conhecimento e orientação para fortalecer, levar informação para esse povo, pois precisa haver uma mudança de cultura social para que haja a redução desses crimes”, disse a oficial.

 

 

Com atendimento 24 horas, o Amapá conta com três delegacias especializadas de crimes contra a mulher nos municípios de Macapá, Santana e Laranjal do Jari. Nos outros municípios, as delegacias de plantão permanentes atendem as ocorrências.

 

As denúncias de violência contra a mulher também podem ser feitas para o número 180, que atende todo o território nacional e funciona 24 horas. O Centro Integrado de Defesa Social (Ciodes) também recebe as demandas pelo 190.

 


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