Polícia

“Tivemos relação sexual antes que eu a matasse”, diz homem que amarrou companheira à árvore

Crime ocorreu na quinta-feira (07) no loteamento Sol Nascente, zona norte de Macapá. Vítima foi amarrada a uma árvore e depois esfaqueada na altura dos seios. Ela sangrou até a morte.


A delegada Sandra Dantas, titular da Delegacia Especializada em Crimes Contra Mulher (DECCM), apresentou à imprensa na manhã desta segunda-feira (11), Nazareno da Silva Albuquerque, de 39 anos, que confessou ter assassinado na última quinta-feira (07) sua companheira, Janete Ferreira Gomes, de 45 anos, cujo corpo foi encontrado amarrado a uma árvore no loteamento Sol Nascente, zona norte de Macapá, com acesso pela Rodovia do Curiaú.

 

Nazareno foi preso neste domingo (10) em uma quitinete no bairro Açaí. Segundo a delegada, o criminoso foi localizado após trabalho de rastreamento telefônico da Coordenadoria de Inteligência e Operações (Ciop) da Secretaria de Estado da Justiça e Segurança Pública (Sejusp).

“Após o levantamento de informações, solicitamos apoio da Ciop para rastrear o chip do telefone da vítima que estava em poder do Nazareno. Já havíamos representado pela prisão preventiva. Ele, de imediato, confessou o crime, mas alegou não se lembrar do momento em que matou a companheira. Ele apenas diz ter ‘ouvido vozes’ que o mandavam matá-la”, disse a delegada.

A delegada Marina Guimarães, que fez o local de crime, declarou que todos os elementos apontavam para o companheiro. “No local do assassinato nós identificamos vestes que eram da vítima, mas dele também. Depois, descobrimos que ele havia retornada à casa de Janete, que fica no bairro Brasil Novo, e, após arrombar a porta, pegado suas roupas e saído na bicicleta da vítima. Com esses e outros elementos constatamos que ele era o principal suspeito”, disse a delegada Marina.

“Eu cheguei de madrugada em casa e ela não gostou. Brigamos e nos agredimos. Brigávamos muito. De manhã nós acordamos e resolvemos ir tomar um banho num riacho lá no Sol Nascente, sempre íamos. Lá no mato nós fizemos ‘amor’ e quando estávamos deitados parece que alguma coisa entrou em mim. Não lembro de mais nada. Só depois que me recordo que já vi ela gritando por socorro. Eu fui embora e a deixei lá amarrada”, relatou friamente o assassino.

Ainda de acordo com ele próprio, após o crime ele foi pra casa e ainda conseguiu dormir. À tarde ele teria ligado para o Ciodes, usando nome falso de Rômulo, e dito que havia encontrado um corpo amarrado a uma árvore.
“Quando determinamos o levantamento de dados junto ao Ciodes o nome dele não aparecia. Ao ser indagado, confessou ter dado nome errado”, complementou a delegada Sandra Dantas, que retornou com o matador no local no domingo.

“Ainda na árvore havia um fio de sutiã que ele reconheceu, de imediato, como sendo da companheira assassinada. Aquilo me chamou atenção. Ele usou tanto o sutiã quanto a calcinha da vítima para amarrá-la e amordaçá-la”, acrescentou.


A Polícia Técnico-Científica (Politec) já confirmou que houve ato libidinoso, mas agora os peritos querem atestar se a relação sexual foi consentida ou se a mulher foi estuprada.

“Vamos aguardar os laudos complementares desse caso para concluir o inquérito. Estamos o indiciando por feminicídio. Em todos esses anos de polícia eu nunca havia me deparado com uma situação dessas. O ‘modus operandi’ dele foi extremamente brutal”, concluiu Dantas.

Após o indiciamento Nazareno seria encaminhado para exame de corpo delito na Polícia Técnico-Científica (Politec) antes de ser transferido para o Instituto de Administração Penitenciária do Amapá (Iapen).

Reportagem: Elden Carlos
Fotos: Joelson Palheta


Deixe seu comentário


Publicidade