Política Nacional

Nelson Barbosa entra com descrédito e é sinalização ruim, diz Cunha

O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmou que o novo ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, assume o comando da economia com “descrédito” do mercado e representa uma sinalização “ruim” para os investidores. Barbosa tomou posse nesta tarde para ocupar o cargo deixado por Joaquim Levy.


Para Cunha, a percepção que o novo ministro passa para o mercado é o de que a presidente Dilma Rousseff exercerá controle maior sobre a economia. “O problema é que a percepção que o mercado vai ter é que a política econômica ficou para ser exercida pela própria presidente da República. Nelson Barbosa entra com descrédito do mercado, o que dificulta muito a posição dele. Vai depender muito mais do que ele vai propor. O certo é que a economia está entrando quase em depressão”, afirmou o peemedebista.
Cunha também não poupou Joaquim Levy de críticas. Para o presidente da Câmara, o ex-ministro da Fazenda errou ao buscar reequilibrar a economia somente com medidas de aumento de arrecadação, por meio de aumento e criação de impostos.

“Era claro que Joaquim Levy não tinha uma política econômica, apesar de ter uma percepção parecida com o mercado de equilíbrio das contas públicas. Ele estava fazendo de forma equivocada, na minha percepção, porque estava fazendo isso só através de aumento de receita, aumento de carga tributária.”

A substituição de Joaquim Levy por Nelson Barbosa foi anunciada na última sexta (18). A troca marca uma mudança na orientação da política econômica, com a vitória para a ala do PT que defende menos ênfase ao ajuste fiscal e mais incentivo a produção e consumo.

O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE) elogiou a ida de Barbosa para a Fazenda e defendeu menos “ajuste fiscal”, mais crédito para consumo, liberação de empréstimos aos estados e aumento da dívida para “reaquecer a economia”.

Ao falar da saída de Levy do comando da política econômica, o petista avaliou ainda que o Brasil precisa de “menos mercado” e “mais Estado”. “Eu defendo que a Fazenda tem que liberar empréstimos para os estados. Vários estados estão precisando. Aumentar um pouquinho [a dívida], não tem problema não. Eles têm margem de endividamento. Se reaquece a economia estadual, reaquece a nacional também. Não pode mais ficar esse casulo de segurar, segurar. Já segurou demais”, afirmou.


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