Política Nacional

Transparência Internacional cobra medidas anticorrupção no Brasil

Referência no combate à corrupção, organização abrirá escritório no Brasil.


Um dia após se reunir com o juiz federal Sérgio Moro em Curitiba, o presidente da organização não-governamental Transparência Internacional, o peruano José Carlos Ugaz, se encontrou nesta terça-feira (28) na Câmara dos Deputados com um grupo de parlamentares para pedir celeridade na aprovação de medidas de combate à corrupção no Brasil.

Considerada referência mundial na análise da corrupção, a Transparência Internacional está presente em 114 países. Ugaz está no Brasil para marcar a instalação de uma representação da entidade no país, onde a ONG não tem presença formal desde a década passada.

“A corrupção mata. Há dez propostas da Procuradoria [Geral da República do Brasil] que devem ser levadas adiante. Tem que criminalizar o enriquecimento ilícito no exercício da função pública. Tem que aumentar a pena por corrupção. São regras básicas que existem na maior parte dos países do mundo”, disse Ugaz em reunião com os deputados.

Há duas semanas, foi criada na Câmara uma comissão especial destinada a discutir as propostas apresentadas pelo Ministério Público Federal para endurecer as leis sobre corrupção. As medidas receberam o apoio de mais de 2 milhões de assinaturas. No entanto, a comissão ainda não foi instalada porque nem todos os partidos fizeram as indicações de seus membros. Dos 30 integrantes titulares, apenas 16 foram nomeados.

A decisão da Transparência Internacional de se instalar no Brasil vem na esteira da Lava Jato, que desvendou um esquema de corrupção e desvio de dinheiro na Petrobras e também em outros órgãos públicos. A entidade também pretende criar um centro de análise anticorrupção no Brasil. Há, ainda, a intenção de dividir informações com outros países, como uma forma de internacionalizar a Lava Jato.

No encontro com os parlamentares, Ugaz ressaltou a importância de que as investigações da operação tenham prosseguimento, e demonstrou preocupação com a articulação para barrar a operação.

“As investigações têm que chegar ao final, caia quem tenha que cair, porque tem que demonstrar que ninguém está acima da lei, e essa é uma mensagem fundamental para qualquer democracia”, afirmou.


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