Política

Antônio Feijão lamenta revogação do decreto de extinção da Renca

Geólogo diz que os representantes do Amapá “deram um tiro no casco da própria canoa” ao darem eco aos protestos de organismos ambientais que não conhecem a realidade local, diz que milhares de empregos deixarão de ser gerados e reclama que mais uma vez os amapaenses não foram ouvidos pelo governo federal


 O geólogo e ex-deputado federal Antônio Feijão lamentou nesta terça-feira (26) no programa LuizMeloEntrevista (DiárioFM 90.9)a revogação do decreto de extinção da Reserva Mineração do Cobre e Associadas (Renca). Segundo ele, os representantes do Amapá “deram um tiro no casco da própria canoa” ao darem eco aos protestos de organismos ambientais que não conhecem a realidade local, disse que milhares de empregos deixarão de ser gerados e reclamou que mais uma vez os amapaenses não foram ouvidos pelo governo federal, impedindo-os de opinar sobre o seu patrimônio.
Perguntado se a revogação do decreto é uma notícia ruim para o Amapá, Feijão respondeu: “Não, é uma noticia triste, porque noticia ruim é quando se perde um ente querido, um amigo, quando se tem uma mágoa grande, uma doença; quando a gente perde uma oportunidade, deixa de ser ator principal do seu próprio destino é uma notícia triste; é muito triste quando assistimos passivamente a Globo colocar o Greenpeace dentro de um avião e sobrevoar a Renca de forma muito rápida, sem ouvir ninguém, e colocar no ar uma reportagem que absolutamente nada reflete a realidade local e, por outro lado, desprezar uma reportagem feita pelo Fernando Gabeira mostrando exatamente o que acontece ali naquele verdadeiro cárcere verde, o Jarí morto, uma hidrelétrica que não emprega 20 pessoas no Laranjal do Jarí, que nós ficamos olhando o Brasil e ficamos de costas para o Amapá… Ficamos de fora de todos os debates e perdemos a oportunidade de discutir se aquela área é uma reserva mineral ou ambiental”, desabafou.
Para Antônio Feijão, os maiores preocupados são o Amapá e os amapaenses, porque as riquezas minerais aqui existentes deixam de ser exploradas, impedindo o desenvolvimento do estado: “O conhecimento foi o primeiro convidado a ser exilado do debate; porém, mais do que o conhecimento foi o fato lamentável dos filhos desta terra, dos nossos representantes no Congresso Nacional não perceberem que estavam discutindo para pessoas que nunca mais vão olhar para os Waiãpis, para os índios do Paru, aceitando que o Parque do Tumucumaque e outras cinco unidades ambientais continuem empregando, juntos, 72 pessoas no Amapá, enquanto que o Portela com suas cinco lojas de acessórios emprega muito mais que os milhões de hectares das unidades ambientais existentes na Amazônia, quando tudo isso poderia representar muitos milhares de empregos, impulsionando a economia e via de conseqüência do desenvolvimento do estado”.
Na opinião de Antônio Feijão a postura favorável à revogação do decreto de extinção da Renca por parte de deputados e senadores do Amapá foi um equívoco: “Dar eco à posição de órgãos ambientais ambientalistas para impedir o desenvolvimento do estado com a exploração da Renca foi um tiro contra o casco da própria voadeira; hoje mesmo, quando eu estava no avião com destino a Brasília eu disse a uma parlamentar que eu possa dizer ao povo do Jarí que eu lutei por emprego e perguntei o que eles vão dizer ao acabar a única esperança de mineração naquela área; agora o governo está anunciando que vai combater  garimpo ilegal, mas em vez disso o que tem que fazer é legalizar o que a Constituição Federal manda; e há garimpo ilegal porque o Estado é omisso e não cumpre sua missão”.
 
Comemoração
Através de uma nota sob o título “Parabéns a todos!” o senador Randolfe Rodrigues (REDE), que liderou um grande movimento pela revogação do decreto de extinção da Renca comemora a decisão do Palácio do Planalto afirmando que a medida é uma “Vitória para o povo brasileiro!”.
Prossegue a nota: “Em momentos tão difíceis, vale a pena sim se mobilizar. Somos muitos e ganhamos uma batalha! Valeu a pena cada postagem, compartilhamento e manifestação pela nossa Floresta Amazônica Toda pressão criada por milhares de pessoas, artistas, ativistas evitou que uma área maior que a Noruega fosse destruída de forma irreversível pela mineração e ganância de um governo ilegítimo”.
A nota finaliza: “Nossa união se provou mais forte. Ganhamos uma batalha. Somos muitos e isso é apenas o começo. O momento é de comemoração e a luta continua. São muitos projetos e tentativas de reduzir a preservação ambiental e de rifar nossas riquezas. Não passarão. A proteção da Amazônia e seus povos não termina agora. Ela apenas começou. Amanhã será maior!”

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