Política

Estudo de cabotagem apresenta novos caminhos para o desenvolvimento econômico no Amapá

Foram nove meses de pesquisas para se chegar ao melhor cenário possível com novas rotas e oportunidades marítimas.


Uma comitiva do Grand Port da Guiana Francesa, responsável pelo estudo da Cabotagem Interregional ano Platô das Guianas, apresentou resultados que apontam novos rumos para o desenvolvimento econômico do Estado do Amapá e regiões cooperadas, a partir de novas rotas marítimas.  A apresentação aconteceu durante seminário ocorrido na terça-feira, 26, na sala do conhecimento do Sebrae Amapá.

Foram nove meses de pesquisas para se chegar ao melhor cenário possível com novas rotas e oportunidades. O estudo traz subsídios importantes para a implantação desta modalidade de transporte marítimo, considerando as peculiaridades de nossa região, além de propor soluções às lacunas jurídicas e diplomáticas entre as regiões envolvidas e, principalmente, abre um leque de oportunidades de mercado aos empresários locais no aspecto logístico.

O consultor do projeto, Valére Escudié, deu destaque às barreiras encontradas no transporte de mercadorias no modelo atual de logística entre os Estados do Amapá e Pará e também, da Guiana e as Antilhas. Dados do estudo mostram que mercadorias transportadas do porto de Santana, por exemplo, levam 40 dias para chegar à Guiana ou Suriname, por terem que passar pela Europa.

“Identificamos cem mil mercadorias que deixam de ser transportadas por ano, por conta das dificuldades fiscais. Mesmo assim, é duas vezes maior a quantidade de produtos transportados. Daí a importância de se adotar o estudo e viabilizar a praticagem [serviço de auxílio oferecido aos navegantes] de novas rotas logísticas”, observou Escudié.

O diretor do Desenvolvimento do Grand Port Maritime de Guyane, Remy Budoc, disse que entre os meses de novembro e dezembro deste ano deve ser publicado o decreto que vai autorizar a implantação de um Porto de Inspeção de Mercadorias na Guiana, o que vai facilitar a entrada de produtos alimentícios como carne, frango, pescado, polpa de frutas, entre outros alimentos.

“O Estudo pertence aos parceiros deste estudo e como assinamos a carta de intenções com o Governo do Amapá por meio da Agência de Desenvolvimento, será a eles entregue o estudo completo” disse Budoc.

Para o diretor-presidente da Agência de Desenvolvimento Econômico do Amapá, Eliezir Viterbino, o Estudo da cabotagem não vai desenvolver somente o Estado Amapá, e sim, o Brasil. “O Amapá é o único Estado brasileiro ligado fisicamente à Europa, portanto é a única porta do Brasil para a união europeia e esse movimento influencia e muito o restante do país. Agora nós vamos sentar e tratar cada assunto com a sua devida importância para, muito em breve, termos produtos amapaenses sendo comercializados no Platô das Guinas, arco norte e até no mercado do Caribe”, destacou.

O estudo da cabotagem foi feito com investimentos de um acordo assinado em 2016, entre Amapá e Guiana Francesa, que prevê o acesso a recursos junto à União Europeia no valor de 24 milhões de euros, algo em torno de R$ 96 milhões.

Segundo informações do consultor Valére Escudié, as novas rotas de cabotagem envolvendo o Amapá, Pará e o Platô das Guianas deverão iniciar a operação a partir de 2019, a partir de um edital de chamada para empresas interessadas em operar as rotas a serem viabilizadas.


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