Política

GEA vai acionar União na justiça para cobrar da União diferença milionária de repasses do PIS/PASEP

Anúncio foi feito pelo Waldez Góes no programa LuizMeloEntrevista. Segundo ele, os cálculos estão sendo feitos pela equipe econômica do governo, mas cifras são expressivas.


Ao comentar na manhã desta terça-feira (12) sobre a Arguição de Descumprimento de Prefeito Fundamental (ADPF) que o Amapá ingressou no Supremo Tribunal Federal (STF) juntamente com outros 22 estados e o Distrito Federal (DF) para cobrar recursos devidos pela União referentes a 20% dos valores de contribuições da Desvinculação das Receitas da União (DRU), que totalizam cerca de R$ 20 bilhões, o governador Waldez Góes (PDT) anunciou em primeira mão no programa LuizMeloEntrevista (DiárioFM 90,9) que sua equipe econômica está fazendo o levantamento e vai cobrar judicialmente do governo federal o pagamento das diferenças dos repasses do PIS/PASEP, cujos repasses têm sido bem menores do que os valores devidos.

 

“A gente tem que informar à sociedade que o governo federal está realmente passando a perna nos estados, fazendo cálculos que não têm absolutamente nada a ver com a realidade. Através das secretarias de Planejamento (Seplan) e da Fazenda (Sefaz), e da Procuradoria Geral do Estado (PGE) temos trabalhado muito firme nesses números e constatamos que a diferença a menos nos repasses têm sido absurda; de forma recorrente a União tem surrupiado a maioria dos estados. Minha equipe está debruçada nessa questão, que foi socializada com todos os estados e cada um esta adotando suas providencias. Uma hora a União surrupia o Estado na DRU, outra no PIS/PASEP e isso nós não podemos aceitar”, desabafou.

 

Waldez disse que a maneira mais eficaz de garantir o recebimento desses recursos é por meio da vida judicial, porque nem sempre a União reconhece a dívida: “Às vezes acionamos administrativamente achando que o governo federal vai reconhecer a divida, mas quando tem dificuldade para reconhecer a gente judicializa, como agora com relação à DRU, e temos certeza que vamos ganhar, como aconteceu com os recursos da repatriação, quando fomos à ministra Cármen Lúcia (STF) e fizemos uma confusão muito grande até que o governo federal reconheceu que o Amapá tem esse direito. Estamos defendendo o direito dos 800 mil habitantes do Amapá e sei que vamos ganhar mais essa”.

 

Ação judicial
Como o governo federal não se pronunciou sobre a cobrança feita pelos governadores de diferenças do repasse de 20% dos valores de contribuições da Desvinculação das Receitas da União (DRU), estimados em R$ 20 bilhões, o Amapá, juntamente com outros 22 estados e o Distrito Federal (DF), ingressou com uma Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF), no Supremo Tribunal Federal (STF) para cobrar esses recursos.

 

A DRU é utilizada pela União para fins diversos, já que permite ao governo federal acesso a parcela das contribuições sociais (que têm finalidades específicas) sem compartilhar receita com os estados. O artifício permite que o governo federal retire do orçamento da previdência, por exemplo, 30% do montante que é arrecadado pelas contribuições sociais, que são incorporados ao caixa único do Tesouro Nacional para o Governo utilizar como achar melhor, sem compromisso de aplicar no segmento específico para o qual a contribuição foi criada.

 

Os estados argumentam que as contribuições, na parte desvinculada, funcionam como um imposto disfarçado, com a única finalidade de não compartilhar 20% do montante com os entes federados, possibilitando à União aumentar a carga tributária do país centralizando os recursos no governo federal, sem compartilhar receitas com os estados.


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