Política

Governador Clécio diz que Amapá não medirá esforços para verticalizar produção de petróleo

Para o mandatário amapaense, o papel estratégico de um centro logístico no estado favorece toda a região Norte do país na distribuição da energia do petróleo


 

Cleber Barbosa
Da Redação

 

A implantação de um centro logístico de grande porte no Amapá é vista como elemento fundamental para sustentar a fase de exploração e futura produção. A estrutura deverá concentrar operações de armazenamento, transporte, abastecimento e suporte offshore, reduzindo custos operacionais e ampliando a autonomia da base norte da companhia.

 

De acordo com o governador Clécio Luís, que participou da OTC Brasil 2025, o Estado trabalha para adequar legislações, preparar áreas e qualificar mão de obra, antecipando as demandas que podem surgir em caso de descoberta comercial. “Estamos nos preparando para absorver os efeitos econômicos e sociais desse investimento, garantindo estrutura local para atender à Petrobras e seus parceiros”, afirmou durante o evento.

 

Cidades cotadas

Os estudos da Transpetro deverão considerar diferentes opções de localização, com Calçoene e Santana entre as mais prováveis. Calçoene, situada entre Oiapoque e Macapá, possui grande área disponível e está próxima de outros blocos em análise exploratória. Santana, por outro lado, apresenta infraestrutura portuária pré-existente e acesso facilitado à capital, o que favorece sua adaptação para operações industriais e logísticas.

 

Oiapoque, que abriga a base inicial de apoio às sondas de perfuração, não deve sediar o centro logístico devido à proximidade com terras indígenas e unidades de conservação, fatores que limitam o uso do solo para empreendimentos de grande porte. A definição do local definitivo dependerá da conclusão dos levantamentos técnicos e ambientais, que ainda não têm prazo divulgado.

 

Desafios e preocupações ambientais

O licenciamento para a exploração na Foz do Amazonas foi comemorado por autoridades locais e pelo governo federal, mas também provocou críticas de grupos ambientais. As principais preocupações envolvem o risco de impactos sobre ecossistemas marinhos e comunidades tradicionais do litoral do Amapá, uma das áreas mais preservadas da Amazônia costeira.

 

A Petrobras reforçou que dispõe de planos de contingência, equipes de monitoramento e sistemas de resposta emergencial específicos para atividades em águas profundas, com protocolos alinhados às melhores práticas internacionais. A empresa sustenta que a exploração na região seguirá critérios técnicos e ambientais rigorosos, compatíveis com sua política de sustentabilidade e governança corporativa.

 

Impacto econômico

Com cerca de 800 mil habitantes, o Amapá é um dos estados de menor PIB per capita do país, mas pode ver sua realidade econômica mudar substancialmente caso a exploração na Foz do Amazonas confirme volumes comerciais relevantes. O governo estadual projeta aumento expressivo na arrecadação e entrada de royalties capazes de financiar políticas de infraestrutura, saneamento e educação técnica.

 

Além da Petrobras, empresas globais de engenharia e energia, como SBM Offshore, Siemens, Subsea 7 e Technip FMC, já manifestaram interesse em avaliar oportunidades de instalação no Estado, sinalizando o potencial de formação de um novo polo industrial ligado à cadeia offshore.

 


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