Política

Governo ordena retirada de médicos do Hospital de Porto Grande

Secretário municipal de saúde teme por um caos no setor, no centro e sudeste do Amapá, além de Macapá


Desde as 19h dessa quinta-feira, 15, o Hospital Municipal ‘Maria Lúcia Guimarães da Silva’, de Porto Grande, está sem médicos. Os dez médicos do governo do estado que trabalham em plantões foram chamados, pela Sesa, para abandonar seus postos de serviço com a informação de que a partir do corrente mês não mais serão pagos.

A unidade de saúde de Porto Grande, que também trabalha com atendimentos de média e alta complexidades, realiza em torno de quatro mil exames laboratoriais por mês, e faz os procedimentos médicos não só para a população do município, mas também para as de Serra do Navio, Pedra Branca do Amapari, Ferreira Gomes e Tartarugalzinho.

O secretário municipal de saúde de Porto Grande, Josimar Santos, disse na manhã desta sexta-feira, 16, que a retirada dos médicos não foi informada oficialmente à prefeitura ou ao órgão, mas que soube, informalmente, que a alegação é o fato de que o hospital pertence ao município e não ao estado.

O diretor do estabelecimento, Joab Fontenele, também na manhã desta sexta-feira, informou que a Secretaria Estadual de Saúde chegou a elaborar as escalas médicas para setembro e outubro, que foram tornadas sem efeito com o cancelamento do pagamento dos médicos.

Josimar Santos, o secretário municipal de saúde, também disse que se o governo do estado se mantiver irredutível com a medida que tomou, a saúde do centro e sudeste do Amapá, e até a de Macapá, chegará ao caos, uma vez que o Hospital Maria Lúcia Guimarães da Silva desafoga sobremaneira os atendimentos de saúde da capital.

O secretário ressalvou que a unidade de saúde de Porto Grande, apesar da retirada dos médicos do estado, não fica 100% carente desses profissionais, uma vez que o município, até ontem à noite com 12 deles, ainda fica com dois mantidos pela prefeitura.

“Esse número é muito insuficiente para a demanda que o hospital recebe. Chegamos  a realizar até cirurgias de pedra na vesícula, laqueaduras e hérnia, entre outras. Por isso, veementemente reivindicamos do governo uma compreensão para o problema que passamos a ter, e volte com os médicos para Porto Grande”, pontuou o secretário Josimar Santos, concluindo com  a informação de que a receita do hospital, por mês, é de  R$ 171.448,80, quando os gastos com pagamento de pessoal, equipamentos e serviços administrativos somam cerca de R$ 160 mil.

Em entrevista na televisão,  a secretária estadual de saúde confirmou a retirada dos médicos do governo do hospital de Porto Grande. Ela esclareceu que não há como manter os dez profissionais no estabelecimento sem autorização da Comissão Intergestores Bipartite.


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