Política

Jornalista afirma que reforma e conflitos agrários deveriam ser pautas primárias em grandes redações

Segundo Armando Neto Machado de Araújo, com uma categoria jornalística mais consciente, seria mais fácil levar a pauta agrária para grandes redações


Fotos: Joelson Palheta

Lana Caroline
Da Redação

 

Na tarde desta segunda-feira (02) o jornalista Armando Neto Machado de Araújo esteve no programa radiofônico Café com Notícia (Diário 90,9 FM), para falar sobre sua trajetória jornalística e sobre reforma agrária. Armando foi ganhador do prêmio Vladmir Herzog. Considerado entre as mais significativas distinções jornalísticas do país, o prêmio jornalístico tem abrangência nacional e reconhece, ano a ano, trabalhos que defendem e valorizam a democracia e os direitos humanos.

 

“Esse prêmio é de quando eu fazia cobertura na rádio Difusora de Goiânia, cobrindo o meio social. O padre Josimo Tavares foi assassinado no dia 10 de maio de 1986, em Imperatriz (MA), e uma semana depois eu fui fazer a cobertura da missa de sétimo dia e ouvi as pessoas da região. Com esses depoimentos, eu acabei tendo mais de uma hora de jornal e foi mandado para São Paulo. Acabei sendo agraciado com esse prêmio e só fui saber que tinha ganhado quando eu fui cobrir a celebração dos 10 anos do assassinato do padre João Bosco Burnier. Fiquei muito gratificado em ter ganhado o prémio”, expressou Armando.

 

Sobre a questão de novos conflitos agrários, o jornalista lamenta o fato de o assunto estar na em pautas secundárias de grandes redações. “Para nós, jornalista há muito tempo, sabemos que uma redação unida faz muita coisa. Se nós tivermos uma categoria mais consciente, conseguimos ocupar espaço dentro da grande imprensa para colocar essa questão como pauta do dia, mas não está acontecendo. Com a internet, o universo se tornou muito amplo para levar esses assuntos para a grande imprensa.”

Armando ainda aproveitou para falar sobre a grandiosidade do rádio e da falta de investimentos empresariais para que ele seja mais fortalecido. Para ele, a diferença de valores publicitários entre TV e rádio são muito diferentes fazendo o rádio perder mais sua identidade.

 

“O rádio é eterno e continua sendo o veículo de comunicação mais veloz. Ele é um veículo de democrático, pois cada pessoa faz uma imagem daquela notícia que recebe. O que me incomoda no rádio é que o empresariado investe pouco, e precisa-se de investimento em mídias radiofônicas para que eles possam ter o seu lugar de direito. Se você pegar um spot e compara com o preço de um VT de televisão, são valores muito distintos e é por isso que estamos perdendo um pouco da identidade do rádio. Os elementos de linguagem do rádio são muito ricos”, disse.


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