Política

“No estado só há discurso; ninguém põe a mão na massa”, diz Jurandil Juarez

Para o economista, há cerca de dez a 15 anos o Amapá caminha numa trajetória descendente no que se refere ao desenvolvimento econômico.


“O Amapá vem construindo a sua própria crise há cerca de dez a 15 anos”. A interpretação é do economista e ex deputado federal Jurandil Juarez, feita na manhã desta segunda-feira, 26, no programa Luiz Melo Entrevista (Rádio Diário FM 90,9).

Jurandil disse que indicadores demonstram que desde que o Amapá foi transformado em estado a unidade federativa caminha numa trajetória descendente no que se refere ao desenvolvimento econômico, sendo hoje mais dependente da União do que era na época de território federal.

O economista mostrou que ainda quando território o Amapá dispunha de uma participação da atividade privada maior do que hoje, quando o FPM participa muito mais do orçamento público do que os encargos gerais da União, que no território federal pagava praticamente toda a despesa.

“O grau de dependência ficou muito grande. A expectativa que se tinha era de que com a transformação para estado teríamos outras diretrizes, que caminharíamos de forma diferente. Mas isso não aconteceu. Então, é como se continuamos sendo território, apesar de nesse tempo termos o obstáculo de não tomar as nossas próprias decisões políticas”, mostrou o ex deputado.

Jurandil Juarez mostrou que todos os grandes projetos amapaenses são antigos – aeroporto, que era para estar pronto em 2010, como demanda do território; a BR 156, cuja construção foi iniciada na década dos anos 1930; e o porto.

“O Acre já chegou no Pacífico, Roraima, nas Antilhas, e nós não conseguimos chegar de carro em estrada asfaltada ao Oiapoque. Não digo que não avançamos um pouco, mas de bengala. Não conseguimos realizar tudo o que tínhamos pretendido lá atrás”, acentuou o economista.

O agronegócio, lembrou Jurandil, é falado há muito tempo. A Zona Franca Verde (ZFV), exemplificou, está com o seu decreto de regulamentação há um ano, mas até agora não foi efetivada. Ele revelou que no estado há dois pré projetos, um deles para fabricação de sorvetes, porém não são executados dependentes de licença ambiental e de licença de vigilância sanitária.

Jurandil Juarez lembrou que a Área de Livre Comércio de Macapá e Santana foi regulamentada em 1991, e logo em 1992 já estava funcionando, o que não ocorre com a ZFV, hoje. “A Zona Franca Verde é um projeto de grande importância, mas ninguém dá importância a ela”, condenou.

O economista concluiu dizendo o seguinte: “No Amapá, vejo e ouço muito discurso, mas ninguém põe a mão na massa. O nosso Distrito Industrial não dispõe de água, e não prepararam a energia elétrica para atender a sua demanda.


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