Política

Novo presidente da Caixa diz que estados e municípios da Região Norte serão priorizados

Nomeado pelo presidente Jair Bolsonaro, economista Pedro Guimarães, que está em Macapá, esclarece que patrocínios e financiamentos agora vão contemplar as realidades regionais.


O presidente da Caixa Econômica Federal (CEF), economista Pedro Duarte Guimarães, que vem percorrendo todo o país para, segundo ele, aproximar mais a instituição dos estados e municípios, nomeado recentemente pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL), prometeu na manhã desta sexta-feira (15) em entrevista ao programa LuizMeloEntrevista (DiárioFM) realizar parcerias com o governo do Amapá e prefeituras dos 16 municípios. Ele também falou sobre os novos critérios de patrocínios e programas sociais da instituição, que a partir de agora passam a atender as realidades regionais.
Pedro Guimarães destacou o esforço da Caixa Econômica para reduzir as desigualdades regionais e colocou-se como “parceiro dos estados e municípios” e disse que sua prioridade, além da habitação, é a energia elétrica e o saneamento básico, em especial na Região Norte, com ênfase no Amapá. Quanto à anunciada venda parcial de quatro subsidiárias da CEF, ele deixou bem claro que serão privadas apenas entre 20 e 35% da participação do governo federal.
Entrevista
Diário- O que muda na Caixa Econômica Federal sob o seu comando?
Pedro Guimarães – A Caixa é um banco de varejo, focado na infraestrutura, habitação e baixa renda, que tem uma atuação muito forte em programas como Bolsa Família, Minha Casa Minha Vida, mas com atuação no varejo no Brasil inteiro, com cunho social, onde se tem que ganhar dinheiro, senão não se sustenta, mas tem que ser diferenciado dos demais bancos. Por isso estamos visitando todos os estados brasileiros, começamos por Roraima, Amazonas, Acre e Rondônia; agora estamos visitando o Amapá e vamos a todas as capitais para conversar com a população, empresários, governadores e prefeitos para ver o que podemos fazer com efetividades por cada uma dessas cidades.
Diário – Em seu discurso de posse o senhor disse que “a gente não pode errar, que tem que sair mais Brasil e menos Brasília e tem como objetivo deixar um legado. O senhor poderia explicar melhor esses três pontos?
Pedro Guimarães – O objetivo é inicialmente resolver os problemas que a Caixa tem, e este é um momento muito importante para mudar os rumos e efetivamente focar no perfil da Caixa; e é isso que estamos fazendo; pela primeira vez um presidente da Caixa foi a Roraima, Acre, Rondônia e Amapá, e é preciso conhecer esses estados e vamos voltar ano que vem, depois e depois, continuar vinda nos quatro anos.
Diário – Que legados ficará para as futuras gerações a partir do governo Bolsonaro?
Pedro Guimarães – Veja bem, tem muitas pessoas que tomam crédito de até 22%, 23%; a Caixa Econômica tem R$ 80 milhões em carteiras de crédito e quer expandir para R$ 110 milhões. É importante destacar que os correntistas financiam via depósito, pois o FGTS é um programa específico, vai para o Minha Casa Minha Vida, vai hoje para a infraestrutura; agora vamos priorizar as micros, pequenas e médias empresas, a padaria do ‘seu’ Joaquim, concedendo financiamentos com taxa de 2%, livrando-os de um crédito mais estressado de mais de 10%.
Diário – O ministro Paulo Guedes, da Economia, fala muito em desestatizar o mercado de credito. Como ocorrerá essa desestatização com a Caixa?
Pedro Guimarães – A determinação do Presidente da República é de fato desestatizar o crédito, reduzir financiamentos para as grandes empresas, que não precisam de créditos, mas sim a padaria do ‘seu Joaquim’, os pequenos, que passam a ser o foco da Caixa; mas reforço que não há nenhuma discussão no que diz respeito às privatização, seja da Caixa ou do Banco do Brasil.
Diário – Nesse ‘fatiamento’ a Caixa pretende arrecadar quanto?
Pedro Guimarães – Como a Caixa deve R$ 40 bilhões para o Tesouro, isto é, para os brasileiros, o que o Ministro (Paulo Guedes) determinou é que arrecademos esses R$ 40 bilhões para pagarmos o Tesouro Nacional em 4 anos.
Diário – No Amapá o Programa Nacional de habitação Rural (PNHR) só chegou a Igarapé do Lago, onde se construiu em torno de 50 unidades. A Caixa pretende expandir esse programa para outras comunidades?
Pedro Guimarães – Sim, mas reforçando que tanto o Minha Casa Minha Vida com o PNHR são viabilizados exclusivamente com recursos do Tesouro, e a Caixa é gestora, não tendo, portanto, capacidade para decidir sobre onde investir.
Diário – Como a Caixa vai bancar projetos sociais?
Pedro Guimarães – Através de financiamentos. Por exemplo, o financiamento à Petrobrás é grande, e dividindo esse financiamento com os pequenos é diferente, para a padaria é diferente; por isso estou percorrendo todo o país. Nossa visita tem como objetivo fazer com que a Caixa venha e passe a ter um relacionamento mais profundo com pequenas, mciros e médias empresas, porque elas geram empregos de maneira muito forte, num efeito multiplicador.
Diário – A Caixa vai se desfazer das loterias?
Pedro Guimarães – Não! Vamos vender participações minoritárias para que as empresas fiquem mais sólidas, que tenham acesso ao mercado para diminuir qualquer problema de capital no futuro. Nosso foco é venda minoritária, sem vender o controle; é muito importante vender no máximo até 35% do capital; repito, não há privatização, nem para a Caixa e nem para o Banco do Brasil; o presidente Bolsonaro deixou muito claro isso, tem que ter todo valor de uma empresa pública, por isso a necessidade de reforçar esses valores; se tivesse qualquer decisão do Presidente da República de vender eu não ficaria 40 finais de semana fora e minha família não teria que vir ao meu encontro, como está vindo hoje ao Amapá.

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