Petrobras conclui simulado ‘interno’ e cobra licença para foz do rio Amazonas
Emissão da licença é uma cobrança pública do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que se comprometeu com políticos do Amapá

A Petrobras informou ao Ibama, na segunda, 12, ter concluído um simulado operacional ‘interno’ e voltou a cobrar do órgão ambiental que marque as próximas etapas para, ao cabo, obter a licença ambiental para perfuração nos blocos em águas profundas da Foz do rio Amazonas.
“Ressaltamos que a atividade de limpeza da sonda está em andamento, com o término para o fim deste mês de maio de 2025”, diz a empresa no ofício enviado ao presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, à Diretoria de Licenciamento Ambiental (DILIC) e à coordenação responsável pelos projetos marinho (CGMAC).
A emissão da licença é uma cobrança pública do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que se comprometeu com políticos do Amapá que o investimento será realizado — incluindo o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União). Ambos estiveram na China, juntos na missão oficial que está rendendo novos acordos na área de energia.
Próximas etapas do licenciamento na Foz
O órgão ambiental pode negar o pedido da Petrobras, que aguarda novas respostas nos próximos dias. O simulado interno não substitui a Avaliação Pré-Operacional (APO), esta sim, etapa formal do licenciamento ambiental para perfuração de poços marítimos e que depende do Ibama.
Na APO, são simuladas ações de resposta a incidentes, acompanhadas por técnicos do órgão, e costuma marcar a reta final antes da emissão de uma licença. Serve para calibrar o plano para emergências que consta nos licenciamentos.
A Petrobras repete o roteiro de 2023, quando contratou uma sonda, providenciou a limpeza do caso e deslocou a unidade para o Amapá, enquanto aguardava uma decisão do órgão ambiental, que passa necessariamente pelo presidente do Ibama, comandado desde o início do governa Lula pelo ex-deputado Rodrigo Agostinho.
O Ibama negou a licença e, de lá para cá, a Petrobras refez estudos sobre a dispersão de óleo em caso de vazamento, com o uso de sondas equipadas com GPS para levantar dados empíricos. Também alterou a localização e construiu uma segunda base para o tratamento de fauna.
A possibilidade de um acidente no offshore do Amapá trazer o óleo até a costa brasileira, ampliando os danos à fauna e flora na região amazônica, foi um dos pontos citados pelos técnicos do Ibama para negar a licença em 2023.
O estudo probabilístico encomendado pela Petrobras, indicando a chance zero de toque na costa brasileira, foi considerado insuficiente.
O que a Petrobras cobra do Ibama?
Desde 30 de abril, a Petrobras pede ao Ibama que libere, até a próxima quinta, 15, o deslocamento da sonda ODN II (NS-42) para operação no bloco FZA-M-59, na bacia da foz do rio Amazonas.
O navio está, desde 19 de abril, na Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro, para realização de desincrustação de coral-sol. O procedimento é típico de operações offshore e está previsto na mobilização de equipamentos do Sudeste para áreas não afetadas, como o Norte e o Nordeste.
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