Política

Prefeito eleito, vereadores e servidores de Laranjal do Jari recorrem ao MP-AP para pedir o afastamento da atual gestora

Segundo relataram, a cidade passa por um caos administrativo e político com servidores do contrato administrativo há cinco meses sem receber salários; os efetivos há dois meses, além do 13º salário;


O procurador-geral de Justiça do Ministério Público do Amapá (MP-AP), Roberto Alvares, acompanhado da diretora-geral da instituição, promotora de Justiça Ivana Cei, recebeu, nesta quinta-feira, 22, na sede da PGJ, uma comissão formada pelo prefeito eleito de Laranjal do Jari, Márcio Serrão,  o presidente da Câmara de Vereadores, Aldo Oliveira, demais vereadores e representantes dos servidores municipais, que recorreram ao MP-AP para pedir o afastamento da atual prefeita Nazilda Fernandes, acusada de uma série de desmandos em sua gestão.  
Segundo relataram, a cidade passa por um caos administrativo e político com servidores do contrato administrativo há cinco meses sem receber salários; os efetivos há dois meses, além do 13º salário; 16 escolas municipais correndo o risco de fechar as portas por inadimplência nos aluguéis dos referidos prédios; falta de merenda escolar há seis meses; interrupção de serviços públicos essenciais, como coleta de lixo, transporte de alunos, carro pipa para fornecimento de água potável, dentre outras mazelas que teriam ocasionado o afastamento da prefeita pela Câmara de Vereadores.
A comissão informou também, ter sido depositado, equivocadamente, na conta da Prefeitura o valor de R$ 649 mil (seiscentos e quarenta e nove mil reais), pertencente ao município vizinho de Vitória do Jari, que deveria ser repassado, em seis parcelas ao real destinatário, fato que não vem correndo, prejudicando a gestão do outro município.
Ocorre que, por decisão liminar do desembargador Agostino Silvério, a prefeita Nazilda foi reconduzida ao cargo, a menos de 15 dias do término do seu mandato, fato que gerou forte comoção e revolta popular, impedindo, inclusive, que Nazilda entre nas dependências da Prefeitura de Laranjal do Jari.
Além de descreverem a situação caótica por que passa a cidade, os dirigentes que estiveram no MP-AP, pediram a suspenção da liminar que restituiu Nazilda no cargo, bem como o bloqueio das contas do município, pois temem que o recurso hoje em caixa seja utilizado indevidamente, comprometendo por absoluto as finanças do município, impossibilitando o pagamento dos servidores municipais, além dos prestadores de serviço e fornecedores.
Com uma população estimada em 60 mil habitantes, Laranjal do Jari tem um orçamento anual em torno de R$ 73 milhões. Segundo os membros da comissão, essa série de desmandos administrativos resultou em um prejuízo ao erário que chega a R$ 100 milhões, decorrentes de débitos junto à Previdência Social, empréstimos consignados, precatórios judiciais e outros.
“Ainda hoje ingressaremos com a ação, através do Procurador de justiça do plantão Márcio Augusto Alves, mas a decisão caberá à Justiça. Lamentamos profundamente que Laranjal do Jari tenha se tornado um grande berço da ganância, com o revezamento de grupos políticos que só defendem interesses corporativos, penalizando toda a comunidade”, disse o PGJ, Roberto Alvares.
O prefeito eleito reconheceu o empenho do MP-AP. “Sempre tivemos o MP atuante em Laranjal do Jari, cobrando e responsabilizando a atual prefeita por todos esses desmandos. Mais uma vez agradecemos esse apoio. Asseguro que faremos uma gestão responsável e queremos a participação ativa desta instituição na fiscalização permanente dos nossos atos”, garantiu  Márcio Serrão.
Participaram ainda da reunião, os vereadores Cleineide Batista, Jailson Maia de Oliveira, Walcimar Fonseca e Alliny Serrão, além dos servidores municipais, Elizângela da Silva ( professora – representando os contratos administrativos), Giselli Trindade de Sousa ( presidente do Sindicatos dos Agente de saúde ), Ana Goreti de Lima ( representante do Sinsepeap) e Marcelo Sarraf ( vereador eleito e servidor secretaria municipal de agricultura).

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