Política

Produção de petróleo na Margem Equatorial pode criar mais de 53 mil empregos no Amapá, projeta CNI

Atividades de produção da Petrobras na Margem Equatorial adicionaria mais de R$ 65 bilhões ao PIB nacional, com destaque para o Norte e Nordeste, mas a licença permanece negada pelo IBAMA


 

A atividade de produção de petróleo na Margem Equatorial brasileira tem o potencial de criar 326.049 novos empregos formais na região que abrange estados do Norte – incluindo o Amapá – e do Nordeste. Dados levantados pelo Observatório Nacional da Indústria da Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostram que a extração na região pode adicionar R$ 65 bilhões ao Produto Interno Bruto (PIB) nacional e acrescentar R$ 3,87 bilhões à arrecadação indireta.

 

De acordo com o estudo da CNI, no Amapá haveria a criação de 53.916 empregos, com valor adicional ao   PIB de R$ 10,7 bilhões, um acréscimo de 61,2%.

 

Em maio do ano passado, o presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, seguiu pareceres técnicos do órgão e negou a concessão de licença para a perfuração do bloco 59, localizado próximo à Foz do Amazonas A Petrobras recorreu e pressiona pela emissão de uma licença ainda em 2024.

 

Enquanto isso, a estatal busca obter licenciamento para uma outra área também na margem equatorial, na bacia Potiguar. A nova operação, segundo a estatal, não tem relação com o bloco FZA-M-59, localizado na Bacia da Foz do Amazonas, que vem sendo motivo de disputa entre a Petrobras, o Ministério de Minas e Energia e o órgão ambiental. O Ibama ainda não concedeu a licença para essa nova fase de pesquisas na margem equatorial. A Petrobras aguarda a licença para iniciar as pesquisas na área.

 

Sem obter novas licenças para fazer o teste em novos poços, a Petrobras pode ter que retirar da região a sonda de perfuração da Bacia Potiguar, segundo detalhou o diretor de Exploração e Produção, Joelson Mendes. A Petrobras perfurou um poço em Potiguar e está em processo de perfuração de um segundo poço, mas precisa de licenças ambientais para ter um estudo completo sobre o potencial na região.

 

 

IMPACTOS

O levantamento feito pela CNI mostra que a produção de petróleo da Margem Equatorial pode contribuir para reduzir as desigualdades socioeconômicas crônicas das regiões Norte e Nordeste, que concentram o maior volume de pessoas em situações de pobreza e extrema pobreza.

 

As reservas da Margem Equatorial são a principal aposta da Petrobras para manter o nível de produção de petróleo a partir da década de 2030 e para a descarbonização e para a segurança energética durante a transição para uma economia verde. O plano de negócios para o período de 2024 a 2028 estabelece US$ 3,1 bilhões em investimentos na região.

 

“A produção de petróleo na margem equatorial tem o potencial de viabilizar recursos para melhorar a segurança energética do Brasil, abrir caminhos de transição para a economia verde e a descarbonização, além de promover avanços sociais e na infraestrutura dos estados que compõem a Margem. É importante dizer que isso dependerá da capacidade de o país construir uma governança dos recursos que garanta transparência, metas e fiscalização da aplicação da riqueza obtida a partir da exploração”, afirma o diretor de Desenvolvimento Industrial da CNI, Rafael Lucchesi.

 


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