Política

Ramalho contesta presidente da CEA e diz que Camilo deixou din

BASE: Ex-presidente da CEA assegura que gestão passada preparou estrutura para interligar o Amapá ao sistema nacional


O economista José Ramalho de Oliveira, ex-presidente da Companhia de Eletricidade do Amapá (CEA) e ex-secretário de Planejamento do governo Camilo Capiberibe, contestou a declaração do atual presidente da CEA, Ângelo do Carmo, de que os constantes apagões no sistema de energia elétrica se devem à falta de investimentos das gestões anteriores: “Isso não é verdade, porque além de muitos investimentos no sistema, ainda deixamos dinheiro em caixa. Fomos os responsáveis pela construção da estrutura para recebermos Linhão de Tucuruí, como o rebaixamento da linha de distribuição, serviço este que se não fosse realizado o linhão passaria e perderíamos a oportunidade de interligar o estado ao Sistema Integrado Nacional (SIN).

Em entrevista concedida ao programa LuizMeloEntrevista (DiárioFM 90.9), José Ramalho afirmou que, ao assumir a CEA em 2013, a dívida da empresa era de R$ 2 bilhões. “Foram muitas as articulações e negociações exaustivas, mas conseguimos reduzir essa dívida para R$ 1,4 bilhão, e para pagar tivemos que tomar dinheiro emprestado do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), num total de R$ 2 bilhões, disponibilizando R$ 700 milhões para investimentos e capital de giro. Deixei a CEA em 7 de outubro (de 2014), e logo depois foi iniciada a gestão compartilhada com a Eletrobras, mas fizemos investimentos vitais, como, além do rebaixamento do linhão e outras obras de melhoria da rede, no custo total de R$ 43 milhões, construímos a linha de transmissão de Laranjal do Jarí, interligada com Vitória do Jarí, o que tirou todo o Vale do Jari do isolamento”, detalhou.

Segundo José Ramalho, ainda falta liberar R$ 300 milhões junto ao BNDES, dinheiro esse destinado a investimentos. “Não é só isso: o governo Camilo investiu mais de R$ 1 milhão só no Bairro Marabaixo, e interligamos o bairro Infraero, em Oiapoque, na saída do Aeroporto ao custo de R$ 1 milhão. Esse negócio de dizer que não foram feitos investimentos no sistema de energia elétrica do estado não é verdade, nós investimos muito, sim, nós trabalhamos muito, como no Bailique, por exemplo, que em 2002 tinha energia elétrica 24 horas e posteriormente deixou de ter. Como resultado de investimentos feitos na nossa gestão, hoje o Arquipélago tem mais de 60% de energia elétrica 24 horas”.

Sobre a afirmação de Ângelo do Carmo de que, ao assumir a presidência, a CEA estava sem um centavo em caixa e afundada em dívidas, José Ramalho também desmente: “Pelo contrário, deixamos a CEA numa situação confortável, com dinheiro suficiente para sanear as dívidas através do empréstimo contraído pelo Governo Camilo junto ao BNDES, mais R$ 43 milhões que estão disponíveis, no Funac, que é o fundo instituído para o processo de federalização, além de R$ 50 milhões, que inserimos na LOA de 2015 (Lei Orçamentária Anual), recursos estes também destinados a investimentos no setor elétrico”.


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