Política

Randolfe anuncia criação de CPI para apurar denúncias contra Bolsonaro no MEC

Para a “CPI do MEC”, oposição entrega pedido de abertura para investigar escândalo de pastores


Cleber Barbosa

Da Redação

 

No início da tarde desta terça-feira (28), o senador Randolfe Rodrigues entregou o protocolo para abertura de uma CPI para apurar irregularidades no Ministério da Educação (MEC). Para que a comissão seja instalada, é necessária a autorização do presidente da casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

“Em decorrência da prisão do senhor ex-ministro da Educação Milton Ribeiro, conseguimos, finalmente, as assinaturas que restavam. Esse documento é protocolado hoje com 31 assinaturas”, afirmou. Os três últimos nomes a se somarem ao pedido foram Marcelo Castro, Confúcio Moura e Jarbas Vasconcelos.

Segundo Randolfe Rodrigues, a CPI também se faz necessária porque a investigação da Polícia Federal e do Ministério Público está “sob forte ameaça”. O senador lembrou da suspeita de obstrução das investigações, revelada após serem expostas conversas de Milton Ribeiro com a filha.

Na ocasião, o ex-ministro afirmou que o presidente Jair Bolsonaro (PL) disse ter tido um “pressentimento” de que Ribeiro seria alvo de busca e apreensão por parte da Polícia Federal. “As informações que temos neste momento dão conta de que está sendo organizada uma ação para substituir o senhor Bruno Calandrini da condução das investigações. Em circunstâncias normais – e nós não estamos em circunstâncias normais sob a égide do governo Jair Bolsonaro – não necessitaria de uma comissão parlamentar de inquérito. Mas as circunstâncias dessa investigação são de que ela está sob ameaça e intervenção, intervenção do presidente da República e do ministro da Justiça”, declarou Randolfe em entrevista coletiva, após a entrega do documento.

Líder da minoria no Senado, Jean Paul Prates (PT-RN) ressaltou que a CPI “não é eleitoral e não é antievangélica, é o contrário”. Para ele, a investigação é “antieleitoreira e pró-evangélicos”. “Tanto na área da Saúde quanto na área da Educação, esse governo constituiu gabinetes paralelos. Isso ficou claro da primeira CPI e, agora, os indícios são os mesmos”, declarou o senador.

“Essas pessoas, o que menos importa é serem pastores, padres, o que for. O que importa é que são picaretas, estelionatários, que têm dentro do governo seus correspondentes corruptos passivos e aliciadores do orçamento público. É isso que se quer investigar através dessa nova CPI. É basicamente a mesma prática, só que agora, bateu o desespero”, disse Jean Paul Prates.


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