Secretária Sílvia Nobre Waiãpi critica saúde indígena do Amapá
Índia amapaense com alto cargo no governo federal aponta fraudes em processo seletivo como uma das causas da precariedade no setor.
Douglas Lima
Da Redação
A secretária nacional de saúde indígena, tenente de exército Sílvia Nobre Waiãpi, qualifica a saúde do índio do Amapá como precária. Ela deu esse diagnóstico na manhã desta quinta-feira, 3, no programa LuizMeloEntrevista (Diário 90,9), onde falou, junto com a secretária nacional de igualdade racial do ministério dos direitos humanos, Sandra Terena, sobre a extensa agenda que as duas cumprem no estado, até sábado.
Sílvia esclareceu que a precariedade do sistema de saúde indígena no Amapá é decorrente, entre outros pontos, de fraudes havidas em processo seletivo que teve que ser cancelado, impedindo a contratação de 138 enfermeiros.
Por ocasião do processo seletivo, lembrou a índia amapaense, o Amapá tinha apenas sete enfermeiros, e mesmo assim um deles foi demitido. O que não pode é termos pessoas envolvidas completamente com a melhoria da assistência, e outros causando o caos entre os povos indígenas”, lamentou Sílvia.
A secretária pontuou que agora há a espera de que a empresa conveniada encarregada de fazer o processo seletivo se ajuste e realize o certame para que haja a contratação de profissionais a atuarem dentro das aldeias indígenas. Ela especulou que esse processo deve estar concluído dentro de quatro a cinco meses.
Sílvia informou que é pela busca da melhoria da saúde indígena no Amapá que ela e Sandra Terena se encontram no estado, articulando parcerias com o governador do estado e outras autoridades. As duas já se encontraram com o reitor da Unifap, Júlio César Sá, programando a criação do Ambulatório do Índio do Amapá com o destaque de que esse local também atenderá as comunidades ribeirinhas do estado.
A secretária nacional de igualdade racial do ministério dos direitos humanos, Sandra Terena, endossou as palavras da colega, ressaltando que foi convidada por Silvia Nobre Waiãpi para vir na viagem procedente de Brasíli com o objetivo de dar maior suporte às buscas de parceria.
Até sábado, Silvia e Sandra têm encontros na Assembleia Legislativa, em comunidades indígenas e na Secretaria de Estado da Saúde do Amapá (Sesa). Elas ainda assinarão Termo de Cooperação com a ONG alemã Target.
Sílvia Nobre Waiãpi alertou que a saúde indígena básica, no Brasil, é tratada pelo governo federal, e que as de média e alta complexidade, pelos estados e municípios. O preâmbulo foi para justificar as parcerias com o governo do Amapá e também com prefeituras, porque, disse ela: “Se o sistema de saúde não estiver bom no estado e municípios, o índio não será atendido, e então teremos casas de saúde superlotadas e indígenas morrendo nas aldeias”.
Sílvia ainda teceu comentários a respeito da necessidade dos indígenas do Amapá serem bem atendidos no que concerne ao transporte aéreo, dotando as aldeias de pistas de pouso e decolagem suficientes para atender a demanda. A secretária informou que na próxima semana serão feitos levantamentos topográficos em 11 pistas no estado, e que já estão prontas as cartas náuticas do Bona e Pedra da Onça.
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