Tragédia do Macacoari muda xadrez político do Amapá
Desenlace de Coaracy Nunes interrompeu brilhante carreira de deputado federal com possibilidade de ser governador e até ministro de estado
Douglas Lima
Editor
O choque de um avião de pequeno porte com uma grande árvore em plena selva amazônica, na região do Carmo do Macacoari, há 66 anos, completados nesse domingo, 21, além da tragédia em si, repercutiu sobremaneira no cenário político amapaense da época, com a morte do então deputado federal Coaracy Nunes, uma das vítimas do acidente.
Junto com Coaracy, ocupava a aeronave o promotor de justiça Hildemar Maia. O aviãozinho era dirigido por Hamilton Silva, o primeiro piloto formado pelo Aeroclube do Amapá.
Os três tinham participado da Festa de São Sebastião do Carmo do Macacoari, onde Coaracy Nunes também cumpriu agenda política em campanha pelo quarto mandato consecutivo de deputado federal pelo então Território do Amapá. No retorno, houve a fatalidade.
“A morte do deputado Coaracy Nunes mudou o quadro político do Amapá, embora não tenha abalado tanto o prestígio da família Nunes capitaneada pelo governador Janary Nunes”, registrou na noite desta segunda-feira, 22, o professor e historiador Célio Alício, no programa Ponto de Encontro (Diário FM 90,9).
Célio, que também é jornalista e radialista, comprovando a força do janarismo, lembrou que Janary Nunes em 1962 foi eleito deputado federal e reeleito em 1966, não conseguindo o terceiro mandato, porém fez o outro irmão, Pauxis, ser nomeado governador do Amapá.
A mudança no xadrez político citada por Célio Alício se configurou na expectativa de que o desenlace de Coaracy o impediu de alcançar o quarto mandato de deputado federal, depois o cargo de governador do Amapá ou mesmo uma ascensão a ministro, em virtude do grande prestígio que tinha em nível nacional.
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