Política

Unifap solicita ao MEC a retirada de cursos de Enfermagem e Direito do Campus Binacional de Oiapoque

A deputada Cristina Almeida se posicionou contra medida que atinge a comunidade acadêmica local e que possui alunos das comunidades indígenas e quilombolas


Célio Alício
Da Redação

 

A Universidade Federal do Amapá (Unifap) anunciou na segunda-feira (22) que solicitou ao Ministério da Educação (MEC) a transferência dos cursos de Enfermagem e Direito do Campus Binacional de Oiapoque para o Campus de Santana em razão do alto custo e das dificuldades para a manutenção dos referidos cursos no campus fronteiriço. Além dos cursos citados, são ofertados outros 6 cursos desde 2013.

 

A instituição também apontou o não preenchimento das turmas, a evasão e a falta de estrutura de Oiapoque, localizado no extremo norte do estado e distante 590 Km da capital, para as disciplinas de alta complexidade do curso de Enfermagem, e de instituições jurídicas para o estágio dos acadêmicos de Direito, demandas essas que seriam supridas pelo campus de Santana..

 

Na sessão da Alap de terça-feira (23), a deputada Cristina Almeida (PSB) saiu em defesa dos estudantes de Oiapoque atingidos pela possível retirada dos cursos, citando entre eles, os alunos oriundos de comunidades indígenas e quilombolas que através de recomendação do MPF, em 2018 tiveram para si a abertura, em caráter especial, de vagas no referido campus.

 

Segundo a deputada, “com o anúncio da retirada dos cursos, nós nos defrontamos com uma situação inaceitável uma vez que entendemos que tal medida não pode ser tomada sem o necessário diálogo com o município, sua população e a comunidade acadêmica, e isso pudemos sentir na reação de indignação e tristeza dos discentes que serão prejudicados caso os cursos deixem de ser ofertados e, por conta disso, eu aqui me posiciono contrária a essa medida em nomes dessas comunidades tradicionais que aqui represento e cujos direitos eu defendo”.

 

A parlamentar apontou a necessidade de instalação, por parte do governo do estado, de UTI no hospital de Oiapoque para o atendimento de alta complexidade que possa atender as demandas dos estudantes do curso de Enfermagem e, no caso do curso de Direito, garantir o estágio dos acadêmicos, que é um requisito obrigatório para a conclusão do curso.

 

“O MEC precisa fazer a sua parte, estruturando o Campus Binacional, e autorizando a permanência dos cursos. Em 2020 o Ministério da Educação, não foi gasto 40% do recurso de investimento, demonstrando que a Educação não é prioridade no país”, concluiu ela.


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