Política

Waldez Góes diz que consórcio interestadual vai dar maior barganha política a estados

Projetos de Lei terão que ser aprovados pelas Assembleis Legislativas dos estados que compõem a Amazônia Legal


Em entrevista concedida ao programa LuizMeloEntrevista (DiárioFM 90.9) na manhã desta quinta-feira (11) o governador Waldez Góes destacou a importância para os nove estados da Amazônia Legal a aprovação, pelas respectivas assembleias legislativas, dos projetos de lei propostos pelo Executivo para o estabelecimento do consórcio interestadual, que foi proposto recentemente da reunião dos governadores, ocorrida em Porto Velho (RO).

“Já saímos do encontro dos governadores com o ritual do Protocolo do consorcio interestadual dos estados da Amazônia brasileira, e semana que todos nós, governadores, vamos submeter à assembleia legislativa o projeto de lei para sua instituição; trata-se de uma medida inovadora e de grande importância para a Região, porque através do consórcio teremos mais força para dialogar com o STF (Supremo Tribunal Federal), com o governo federal, com câmara federal e o senado, enfim, em todas as instâncias públicas que têm pautas importantes de interesse dos estados da Amazônia, com mais poder político porque estaremos mais organizados institucionalmente”, explicou.

Segundo Waldez, essa representação política será feita pelo presidente do consórcio, individualmente, ou de forma conjunta pelos governadores: “Vamos em grupo, ou individualmente através do presidente, que será escolhido entre os 9 governadores paramandato de um ano, que será exercido através de rodízio, com o compromisso de defender junto às instituições, sozinho ou em conjunto com os demais governadores, os interesses de todos os estados, inclusive junto às comunidades internacionais, além de viabilizar a integração de ações públicas, tecnologias e serviços e criar sistemas que interessem as todos os estados, co fazer compras conjuntamente e atuar em todas as áreas”.

Energia solar
Além de ações em todas as áreas, Waldez Góes se disse muito otimista no que diz respeito à aprovação de financiamentos para projetos no setor de energia solar. Ele ponderou que, com a união de forças, “as portas serão abertas em setores os setores, sejam públicos ou privados, regionais, nacionais e mesmo junto às comunidades internacionais”.

Waldez citou o empenho dos governos estaduais da Região para aprovação de projetos de financiamento para energia solar: “Estamos empenhados, conjuntamente, por exemplo, para a aprovação do FNO/Sol, que prevê a implantação pelo Basa (Banco da Amazônia) de financiamentos de projetos para a implantação de energia solar, que será de grande valia para toda a Região, porque por mais que tenhamos uma grande extensão de linhas de transmissão, nas comunidades distantes, isoladas, como Bailique, que enfrenta o fenômeno das ‘terras caídas’, todo o linhão estão sendo comprometido. Hoje essa fonte alternativa de energia está comeptititiva, com preços equivalentes e em alguns casos até bem mais baixos do que as termos e as hidrelétricas”, comparou.

Ponte binacional
Questionado sobre os resultados práticos para a economia do Amapá da inauguração da ponte parcial sobre o Rio Oiapoque, que liga via terrestre o Brasil à França, o governador garantiu que já dá pra sentir os reflexos positivos:

– A estratégia que eu sempre defendi é a que acredito, isto é, por muitos anos, 6, 7 anos concluída, a ponte estava sem ser utilizada porque os debates ficavam só no contexto da região do Amapá e a Guiana, supervalorizando-se os custos do fluxo de brasileiros e franceses, na questão do transporte de cargas, barreiras comerciais, enfim, as discussões se restringiam a subcomissões que nunca concluíam os trabalhos, e a cada reunião tudo voltava à estaca zero; sempre defendi a abertura, mesmo precária, parcial; eu sabia que com essa abertura iríamos conseguir expor os problemas além das fronteiras; e eu estava certo, tanto que agora asmídias nacionais e internacionais começam a veicular com maior amplitude os problemas, fazendo com que os governos brasileiro e francês os resolvam; a partir do momento que esses problemas são discutidos nos âmbitos dos governos centrais, eles começam a ser resolvidos” – avaliou.

Relação com a França
O governo vê com otimismo a vitória de Emmanuel Macron para a presidência da França, justificando que o presidente eleito possui pautas “consistentes” para a Região: “Seria difícil para Amapá se a vitória fosse da extrema esquerda ou da direita, como aconteceu nos Estados Unidos, que passou a ter convulsões permanentes com a comunidade internacional, e até mesmo interna, dentro do território americano, com idas e vindas como se não existisse uma linha de pensamento definida; acho que se isso ocorresse na França seria preocupante, mas felizmente não aconteceu; o Macron está mais aberto ao diálogo e tem legitimidade porque conquistou dois terços dos votos franceses; numa leitura realística ele é mais aberto ao diálogo interno e com o mundo afora; inclusive e assisti no seu discurso após a eleição ele agradecer também ás comunidades do ‘Território Ultramar’, referindo-se à Guiana Francesa; certamente ele dá indicativos que vai agilizar a solução de problemas da região”.

Eletrificação rural
Waldez Góes também falou sobre a retomada dos trabalhos de implantação de energia elétrica em comunidades isoladas, que até então não são servidas pelo linhão de Tucuruí. As obras já estão sendo executadas nas comunidades de Lourenço, Carnot, Maracá e Água Branca do Cajari.

“Esclareço que essas obras são independentes do programa Luz para Todos, que também será iniciado ainda neste ano, graças a tratativas que tivemos com o Ministério das Minas e Energia (MME), inclusive com o contrato já assinado entre o ministério e a CEA; mas eu me antecipei com recursos próprios do governo para tirar aquelas comunidades da escuridão; agora com a CEA sendo saneada, a companhia já está acessando recursos que antes não acessava, e vamos conseguir dentro de pouco tempo garantir energia elétrica a todas as comunidades isoladas, como áreas indígenas e quilombolas e assentamentos, em todo o estado; mas, nos antecipamos e, com a união desses recursos nós decidimos lançar esses quatro projetos, que garantirão energia 24 horas para essas quatro comunidades”, relatou.


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