Turismo

PEDRA DO GUINDASTE

Um símbolo da capital dos amapaenses


CLEBER BARBOSA
EDITOR DE TURISMO

Em Macapá é costume de seus moradores e também dos turistas registrar em fotos uma estada na Beira-Rio. E tem um lugar que concorre com o trapiche Eliezer Levy e até com a Fortaleza de São José de Macapá, que é a Pedra do Guindaste, um dos símbolos da cidade. Mas muita gente não saberia dizer exatamente o que é esse monumento e o que representa, daí uma apuração mais detida que o Diário do Amapá se propõe a fazer neste domingo – dia propício para ir até lá.

A Pedra do Guindaste é um monumento localizado em frente à capital do Amapá, ao lado do Trapiche Eliezer Levy, dentro do Rio Amazonas. Trata-se de uma pedra muito grande e sobre ela encontra-se a imagem de São José – o padroeiro dos amapaenses – abençoando a cidade, feita pelo escultor português Antônio Ferreira da Costa. No século passado, a Pedra do Guindaste teve como finalidade servir de alvo aos exercícios de tiro dos soldados, ao lado norte da Fortaleza de São José.

Místico
A famosa pedra é conhecida por suas lendas que fazem partem da rica cultura do caboclo amapaense. Uma delas é contada pelos moradores da antiga rua da Praia e Igarapé das mulheres, hoje bairro de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. Afirmam existir na pedra uma cobra grande, com dimensões ainda não calculadas e na maré de reponta – ou seja, quando a água do rio não está na cheia e nem na vazante – sai dali para tomar água, de maneira que a água nunca conseguiu cobrir a pedra. Se porventura, alguma autoridade tiver a infelicidade de mandar retirar a pedra do rio, a água do Amazonas subirá tanto, que Macapá toda irá para o fundo.


Outra versão da lenda é que havia na tribo dos Tucujús – primeiro povo habitante dessa terra – uma índia muito bonita, apaixonada por um índio que todas as manhãs saía pela praia em busca de alimento. Quando ele saía, a namorada acompanhava-o até a praia e lá ficavam o dia todo, até o sol pousar na lagoa dos índios, quando o índio voltava, levava-a para a maloca. Isso acontecia todos os dias e começou logo a ser observado pela tribo. Num certo dia, de manhã cedo, como acontecia sempre, o índio desceu o rio pela praia e sua amada ficou à espera no local de sempre, mas aconteceu que ele não voltou.

A noite chegou, diz a lenda, e a índia desesperada ainda o esperava em vão. Acocorou-se e chorou a noite toda, dias e dias, e lá morreu. No lugar de suas lágrimas nasceu a pedra com formato de corpo de mulher, que mais tarde, muitos anos depois passou a ser conhecida como Pedra do Guindaste.

 

Pedra teria servido até de ‘alvo’ de canhões

No século passado, ela teve como finalidade servir de alvo aos exercícios de tiro dos soldados, ao lado norte da Fortaleza de São José de Macapá, construída imponente dada a fama de proteger a entrada da cidade localizada na Foz do maior rio do mundo. A bem da verdade, devido a essa referência, diz-se que não foi preciso um tiro sequer em missão real, pois o invasor nem veio. A pedra original foi derrubada pela colisão de um barco. Em seu lugar foi construído um bloco de concreto e sobre ele foi colocada uma imagem de São José.

Existem lendas em torno da “Pedra do Guindaste”, que ao longo dos tempos vêm servindo de inspiração a muitos poetas, pintores e também dos músicos regionais.Uma delas é contada pelos moradores da antiga rua da praia e igarapé das mulheres, que afirmam existir uma cobra grande, com dimensões não calculadas, que na “maré de reponta”- ou seja, quando a água do rio não está na cheia e nem na vazante -, sai dali para tomar água, de maneira que a mesma nunca conseguiu cobrir a pedra. Se por ventura, alguma autoridade a infelicidade de mandar retirar a pedra do rio, a água do amazonas subirá tanto que Macapá toda irá para o fundo.

 

Um olhar mais de perto revela que a erosão ameaça a base da estátua

Quem não se contenta em apenas em fotografar a Pedra do Guindaste à distância, geralmente fica intrigado e curioso para saber como seria estar perto dela, bem em frente, de preferência. Para isso é só vir numa hora em que a maré estiver baixa e com disposição para dar uma pequena caminhada de aproximadamente 200 metros com o pé na areia enlameada que forma o piso. Quem chega lá se realiza em cliques bem próximos ao belo monumento. Mas quem amplia esse olhar para a pedra verifica que ela precisa de reparos, urgentemente, para não correr o risco de ruir.

É que os efeitos da erosão estão ameaçando a Pedra do Guindaste, provocada pelo vai e vem das ondas do maior rio do mundo. Sim, o Rio Amazonas, que adorda e enbeleza ainda mais essa grande atração turística de Macapá, também contribui para ir minando as defesas da base do monumento. O risco é que o conjunto todo tem seis metros de altura, mas a base é infinitamente menor que isso, o que aumenta a pressão no centro de gravidade da pedra que sustenta a imagem do santo.

Bom Exemplo
Mas nem tudo está perdido. Tem gente que não espera o poder público e cuida pessoalmente da Pedra do Guindaste, como o pintor Miguel Castro, que todo ano retoca a pintura de São José, além de usar os próprios meios para promover pequenos reparos. “Mas os efeitos da erosão é diferente, precisa de uma intervenção mais importante, talvez até com um pequeno muro de arrimo, que projeta a estrutura como um todo”, diz ele. Esse abnegado artista sabe como poucos honrar a memória escultor português Antônio Ferreira da Costa, que foi quem esculpiu a imagem de São José.

*Colaborou: Edgar Rodrigues


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