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Advogado de Moisés Souza faz ameaças veladas

Inocêncio Mártires  deu entrevista coletiva em nome do presidente afastado da Assembleia Legislativa 


A entrevista coletiva dada nesta segunda-feira, 4, pelo advogado Inocêncio Mártires, em nome do presidente afastado da Assembleia Legislativa, Moisés Souza (PSC), nada foi de esclarecedora, pelo contrário, colocou mais nebulosidade na situação do parlamentar que à luz do que foi dito não mais se sabe se ele quer voltar para o cargo, se quer dar o troco ao grupo de deputados opositores que o tiraram do posto máximo do Legislativo estadual ou mesmo se deseja agora atuar como denunciante ao Superior Tribunal de Justiça contra as principais instituições do Amapá.

O advogado, contra a expectativa suscitada pelo anúncio da coletiva, mostrou claramente o interesse do deputado Moisés de bater nos principais colegas que votaram pelo seu afastamento da AL, dizendo que eles assim agiram porque são processados na Justiça e o procuraram para sustar as ações, todas do Ministério Público, o que ele não aceitou.

O deputado Pedro da Lua lembrou, em entrevista posterior, no rádio, que ainda quando presidente do Legislativo Moisés comandou a sustação dos processos judiciais, inclusive votando a favor. Os processos são os que correm contra os deputados Edna Auzier, Roseli Matos e Michel JK. Na entrevista, o advogado Inocêncio Mártires citou apenas os nomes de Edna e Roseli. Michel votou contra o afastamento do presidente.

Mártires também citou Da Lua como alguém que foi ao então gestor Moisés, pedindo ajuda quanto a processo judicial. O causídico disse inclusive que o deputado é passível de cassação por ter sido réu condenado de um processo transitado em julgado. Na entrevista no rádio, Pedro da Lua confirmou a condenação que sofreu em processo oriundo do seu tempo de radialista, mas ressaltou que pôde concorrer a deputado por o crime ser de menor potencial, de injúria e difamação contra a deputada federal Janete Capiberibe e a deputada estadual Cristina Almeida.

O advogado Inocêncio Mártires também deixou claro que Moisés Souza se insurge contra a Justiça local, Tribunal de Contas, Ministério Público e até o governo do estado. Ele disse que o deputado está em fase de colhimento de documentos a serem entregues ao STJ, Poder que, segundo mencionou, está preocupado com o funcionamento das instituições no Amapá.

Sobre o Tjap, Inocêncio Mártires disse que esse Poder se imiscui na seara do Legislativo com pedido de enfoque administrativo. No Tribunal de Justiça Moisés ingressou com Mandado de Segurança pugnando pelo seu retorno à Presidência da Assembleia Legislativa, ainda por ser julgado, o que deve ocorrer logo após o fim do recesso judiciário.

O advogado falou que um procurador de justiça do Ministério Público estadual retém processos por mais de quatro anos, até seis, com a finalidade de que eles prescrevam. Disse também que o Tribunal de Contas do Estado do Amapá deliberadamente deixar de julgar contas por interesses não declarados. E que o governo do estado peca em sua execução orçamentária, deixando implícita uma continuação de atividades que redundaram na Operação Mãos Limpas que culminou, entre as muitas prisões, com a do hoje governador Waldez Góes, quando exercia o seu segundo mandato.

“Estamos ainda neste debate; não afirmamos nada, porque esperamos a conclusão dos trabalhos do STJ, para ver se houve crime, e daí então haverá uma outra etapa. O certo é que o Superior Tribunal de Justiça está atento no que acontece diariamente no estado do Amapá”, ameaçou Inocêncio Mártires.


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