Última Hora

Pedro Leite nega pressão para deixar Sesa

Segundo o agora ex secretário, sua saída foi planejada para que equipe econômica possa trabalhar no sentido de equilibrar de vez as contas da Sesa


Em entrevista exclusiva concedida no fim da tarde desta terça-feira, 11, ao jornalista Elden Carlos, transmitida ao vivo pela Rádio Diário FM 90,9, já na condição de ex secretário de saúde, o promotor de justiça Pedro Leite negou que sua saída da pasta tenha relação com pressão política imposta pelo atual cenário da saúde estadual.

Ele avaliou como positivo o trabalho que desenvolveu na Sesa e garantiu que a área de saúde teve muitos avanços na atual gestão. Ele falou das dificuldades que enfrentou ao assumir o cargo, com as contas zeradas, segundo ele, sem um só centavo até mesmo para pagar a folha.

“Encontramos uma secretaria completamente desorganizada, com os hospitais sem medicamentos, obras paralisadas, sem profissionais em número suficiente para atender a demanda e, o que é pior, sem qualquer informação da atual gestão, inclusive com todas as informações sobre o sistema apagados dos computadores. Na verdade, encerrou o ciclo de uma construção histórica articulada pelo governador Waldez Góes. Minha missão encerrou na Secretaria de Saúde e agora quem vai comandar, junto com a doutora Renilda, que é muito competente, é uma pessoa talhada para isso, que é o doutor Antônio Teles Júnior, e ninguém melhor do que ele, porque é quem gerencia toda a área econômica do governo”, pontuou.

De acordo com Pedro Leite, a gestão dele à frente da Sesa foi marcada com ‘extrema’ transparência e total controle dos gastos públicos: “A gente foi construindo o processo, procuramos trabalhar em conjunto com todos os órgãos de controle, mas sempre esbarramos na falta de recursos e com grandes dívidas em atraso desde o governo anterior. Mesmo assim, conseguimos aportar recursos do próprio governo do estado e do Tesouro e conseguimos sanear o setor. Ao longo dos seis primeiros meses de gestão, conseguimos contratar mais 77 médicos especialistas, efetuamos pagamentos em atraso, e tudo isso em meio a uma enxurrada de ordens judiciais para atendimento a demandas da população sem que tivéssemos dinheiro para isso, o que nos levou a articular, através de ações envolvendo a Procuradoria Geral do Estado (PGE), todos os órgãos de controle e as justiças estadual e federal, onde pactuamos que todas as demandas resolvidas através de conciliação, o que vem ocorrendo”.

Segundo ainda Pedro Leite, um relatório circunstanciado de toda a situação da área de saúde, apontando os avanços e os problemas ainda existentes, foi encaminhado ao governador Waldez Góes, que decidiu atribuir uma gestão mais técnica à Sesa: “Tomamos todas as medidas administrativas, fizemos pregões eletrônicos e adquirimos equipamentos e medicamentos, enfim, fizemos todo um planejamento para os próximos anos. O governador constatou, então, que já não se tratava mais de questão de planejamento, e decidiu pela nomeação do doutor Antônio Teles para o cargo de adjunto, com o objetivo de dar um perfil ainda mais técnico às ações da Secretaria, com toda a sua reconhecida experiência e competência, auxiliando a doutora Renilda, que permanecerá no cargo até a nomeação do titular”.

Reportagem: Elden Carlos
Texto: Ramon Palhares
Foto: Elson Summer


Deixe seu comentário


Publicidade