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Randolfe diz que represálias o encorajam a combater corrupção

Senador se diz ‘de alma lavada’ pelo arquivamento de acusação feita por delator contra ele na Operação Lava Jato


O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) afirmou na manhã desta terça-feira, 5, no programa LuizMeloEntrevista (DiárioFM 90.9) que ficou ‘de alma lavada’ com o arquivamento da acusação feita contra ele por ‘Ceará’, delator da Operação Lava Jato, de que teria recebido R$ 200 mil de propina. Dizendo-se vítima de represálias por sua atuação no Congresso Nacional, Randolfe garantiu que essas represálias o encorajam ainda mais no combate à corrupção no Brasil.

“Senti-me personagem da Divina Comédia, porque fui ao inferno e retornei incólume à realidade. Fui surpreendido no dia 30 de dezembro com um telefonema de um jornalista falando sobre a citação de meu nome por aquele cidadão; eu nem sabia que todo aquele processo já tinha ocorrido e que logo após os diligentes procuradores da Lava Jato fizeram questão de acarear o Ceará com Youssef, que disse o óbvio, isto é, que não me conhece, que nunca me viu, que nunca me entregou dinheiro e nem sabe de onde o delator tirou essa história. Em seguida, de imediato o procurador geral da república, Rodrigo Janot, recomendou, e a Justiça determinou o arquivamento do processo. Era o mínimo que se esperava desses acontecimentos lamentáveis de 30 de dezembro até agora; eu fiquei com a alma lavada, e saio desse episodio mais convencido a enfrentar a corrupção, defender a Operação Lava Jato, que está passando o Brasil a limpo graças à atuação de heroicos procuradores da república e do juiz Sérgio Moro. Mesmo diante de alguns excessos, como o caso do Ceará, a delação premiada tem que ser mantida, porque quem não deve nada logo terá a verdade colocada à tona, como ocorreu comigo”, pontuou Randolfe.

Sobre a defesa intransigente que o prefeito de Macapá, Clécio Luís, fez em seu favor, afirmando que as pessoas incomodadas com a atuação do senador ‘querem colocá-lo na mesma lama em que estão’, Randolfe disparou: “Eu tenho incomodado muita gente, e não é de agora; representei contra dois senadores no Conselho de Ética do Senado, o Demóstenes (Torres, do DEM), que teve o mandato cassado, e o Delcídio do Amaral (PT), e isso é algo que incomoda. Logo depois que representei contra o Delcidio passei a ser ameaçado pelo senador João Alberto, presidente do Conselho de Ética, com achaques e chantagens para que não representasse no Conselho de Ética. A representação contra mim, que foi arquivada no Conselho, é exemplo, e este senhor João Alberto é um dos que querem me levar pra mesma lama fétida, mas os crimes praticados por ele, inclusive de prevaricação, não ficarão impunes, porque logo depois que voltarmos do recesso vou pedir o afastamento dele do Conselho de Ética”, prometeu.

Ainda sobre o arquivamento da declaração do delator contra ele, Randolfe se disse mais fortalecido: “Saio desse episódio ainda mais fortalecido e de coração leve. Na realidade, eu não tinha nenhuma preocupação com relação a isso, por se tratar de uma ilação; a única coisa que tenho na trajetória, e o que vou deixar para os meus filhos, é o meu nome, sem qualquer mácula, permitindo que eles andem de cabeça erguida com o legado que vou deixar a eles, sem grandes posses; eis que tenho como patrimônio apenas o carro que ando em Macapá e o carro que ando em Brasília, além do apartamento onde moro. Fui eleito deputado estadual duas vezes, fui candidato a vice prefeito e não logrei êxito, mas exatamente por meu comportamento ético e por minha postura de atuação firme e até mesmo intransigente no combate à corrupção é que o povo me concedeu o mandato de senador com a maior votação da história do Amapá”, concluiu o senador.


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