Cleber Barbosa

Mesmo

Na última edição da coluna a gente dizia ser voz corrente que as pessoas não gostariam de saber mais sobre Eduardo Cunha ou Petrobrás. Ledo engano. Pois estes dos temas ainda darão muito o que falar.

Batalhas

Já aqui, em terras tucujus, pelo menos o desfile das escolas de samba não será decidido nos tribunais. É porque não haverá nada no Sambódromo. Em compensação, a eleição da OAB vai dar muito processo.

Estradas

Ano novo, problemas velhos. É a tônica. Nas rodovias federais, as primeiras chuvas caem e os motoristas olham para o trecho sem asfalto até Oiapoque. Já na Perimetral Norte a coisa está bem melhor.

Poças

Enquanto rolam especulações sobre a ida de Jorge Amanajás para a Setrap, a secretaria está devendo aos moradores do Infraero 2 uma resposta: cadê a drenagem prometida? Asfalto novo não resistirá.

Comércio

A Federação do Comércio está alertando seus associados para o prazo de vencimento da contribuição sindical. Será o dia 30 deste mês. Com esse aporte, a Fecomércio se viabiliza e, cá pra nós, é muito organizada. O fim de ano foi marcado pela bela promoção denominada “Natal Encantado”. 

Exemplo

Edmundo Silva, zeloso diretor financeiro do Tribunal de Justiça do Amapá (Tjap), virou uma espécie de embaixador para assuntos econômicos da Corte Estadual. Homem de confiança dos desembargadores – inclusive presidente Pini – é sério e muito bem relacionado. Servidor efetivo que honra cargo comissionado.

Texto

Amanhã é Dia de Reis. Para marcar a data publicamos artigo especial de João Rangel, professor e coordenador do Curso de Jornalismo na Faculdade Canção Nova, da Igreja Católica. O título é “Dia de Santos Reis: origem e tradição”. Passe lá no Blog do Cleber Barbosa.

Carimbó: ritmo musical do Pará

O Carimbó é considerado um gênero musical de origem indígena, porém, como diversas outras manifestações culturais brasileiras, miscigenou-se recebendo outras influências, principalmente negra. Seu nome, em língua tupi, refere-se ao tambor com o qual se marca o ritmo, o curimbó. Surgida em torno de Belém (PA), na zona do Salgado (Marapanim, Curuçá, Algodoal) e na Ilha de Marajó, passou de uma dança tradicional para um ritmo moderno, influenciando a lambada e o zouk.

O município de Marapanim é considerado “A Terra do Carimbó”. Na sede do município e em outras localidades existem dezenas de conjuntos (grupos) de Carimbó, tais como: Flor da Cidade, Uirapuru, Raízes, Os Brasas de Marapanim, entre outros. O maior compositor de carimbó de todos os tempos foi um Marapaniense, mestre Lucindo Rabelo da Costa, nascido às margens do Rio Cajutuba. De rara beleza poética, as canções compostas por Mestre Lucindo falavam de mar, lua, sol, mulher, saudade, pescaria, pássaros, afim, de todas essas coisas que fazem parte do cotidiano do paraense nascido e criado na região do Salgado.

Em algumas regiões próximas às cidades de Marapanim e Curuçá, o gênero se solidificou, ganhando o nome que tem hoje. Maranhãozinho, no município de Marapanim; e Araquaim, em Curuçá, são dois dos sítios que reivindicam hoje a paternidade do gênero, sendo o primeiro o mais provável deles. Em Marapanim, na região do Salgado, nordeste paraense, o gênero é bastante cultivado, acontecendo anualmente o “Festival de Carimbó de Marapanim — O Canto Mágico da Amazônia”, no mês de novembro.

Na forma tradicional, é acompanhada por tambores feitos com troncos de árvores. Aos tambores se dá o nome de “curimbó”, bem parecido com o nome do próprio ritmo, uma corruptela da palavra carimbó. Costumam estar presentes também os maracás.

A formação instrumental original do carimbó era composta por dois curimbós: um alto e outro baixo, em referência aos timbres (agudo e grave) dos instrumentos; uma flauta de madeira (geralmente de ébano ou acapú, aparentadas ao pife do nordeste), maracás e uma viola cabocla de quatro cordas, posteriormente substituída pelo banjo artesanal, feito com madeira, cordas de náilon e couro de veado. Hoje o instrumental incorpora outros instrumentos de sopro, como flautas, clarinetes e saxofones.

O que é música popular?

Música popular é qualquer gênero musical acessível ao público em geral. Distingue-se da música folclórica por ser escrita e comercializada como uma comodidade, sendo a evolução natural da música folclórica, que seria a música de um povo transmitida ao longo das gerações.

São muitos numerosos os gêneros inerentes à música popular tais como: o samba, chorinho, frevo, baião, maracatu, música caipira, música nativista gaúcha, as cantilenas, rock, blues, jazz. Em geral estão associados ao ritmo, a cultura e a construção de uma sociedade. Assim, pessoas nascidas durante os anos 60 tendem a apreciar as músicas dos anos 70, tais como os Beatles, Gal Costa, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Maria Bethânia, Chico Buarque de Hollanda e Quarteto em Cy ou os Rolling Stones, Mutantes, Os Novos Baianos e a Tropicália.

Evidentemente que é grande a variedade de gêneros apreciados e muitas vezes os que apreciam um gênero podem não apreciar outro. Como por exemplo brasileiro, um apreciador de Samba na grande maioria das vezes não aprecia a música sertanejo universitário, e vice-versa por motivos óbvios a sertanejo universitário utilizada cultura de massa e uma música de entretenimento utilizada pela mídia e o samba é cultura do povo brasileiro.

Muito da música popular provém de negócios disseminados com fins lucrativos. Executivos e empregados de negócios vinculados à música popular tentam selecionar e cultivar a música que teria um grande sucesso com o público, e assim maximizar os negócios da empresa. Nessa acepção, a música popular é distinta da música folclórica, criada pelo povo em geral para sua própria apreciação, e a música clássica, originalmente escrita para a igreja ou para a nobreza, e atualmente subsidiada pelos governos e universidades.

Apesar de os negócios controlarem os pilares da música popular, nem sempre os jovens aspirantes a se tornarem músicos populares são impulsionados pelo dinheiro. Em geral, eles aspiram a encontrar uma forma para sua expressão ou criatividade, ou simplesmente por diversão. Historicamente, os motivos de conflito de executivos e músicos se tornaram motivo de tensão na indústria da música popular pelo mundo.

MinC financiou 2.896 projetos culturais em 2015

Em 2015, até a data de hoje (23 de dezembro), 2.896 cidadãos do Brasil fizeram doações a projetos culturais aprovados pelo Ministério da Cultura (MinC) para captação de recursos de renúncia fiscal via Lei Rouanet. Oriundos de todas as regiões do país, os recursos disponibilizados por pessoas físicas somam mais de R$ 14 milhões neste ano, apoiando a realização de atividades dos diversos segmentos culturais, selecionadas pelos próprios doadores. Assim como pessoas jurídicas, o indivíduo que faz declaração no modelo completo pode descontar parte do que pagaria de imposto de renda para financiar projetos culturais. A faixa de renúncia é de 6% do imposto devido e quem executar a doação até 31 de dezembro poderá incluir o abatimento ainda na declaração deste exercício, a ser feita a partir de março de 2016.

Segundo a Associação Brasileira de Captadores de Recursos (ABCR), mais de 10 milhões de brasileiros fazem a declaração do IRPF no modelo completo. Considerando a faixa de renúncia de 6%, a captação de recursos de pessoas físicas para a cultura, via incentivo fiscal, tem um potencial de mais de R$ 4 bilhões por ano, três vezes mais do que o mecanismo movimenta atualmente.

Por isso, depois de realizar a primeira edição do Seminário Doação por Pessoas Físicas para Cultura, em Brasília, em outubro passado, com vagas esgotadas e transmissão online, o MinC quer intensificar o estímulo a esta alternativa de investimento. “Em 2016, vamos implementar no site um mecanismo mais acessível e esclarecedor para os interessados em fazer doação, lançar uma campanha de mobilização e realizar mais edições do seminário”, elenca Carlos Paiva.

“Além de engajar a sociedade, o MinC quer mostrar aos produtores culturais como esta é uma fonte de financiamento eficaz, que diversifica as possibilidades de sustentabilidade de projetos, grupos e espaços culturais. A constituição de uma rede de apoiadores oferece risco menor, já que, ao contrário do patrocínio empresarial, a saída de alguns não inviabiliza a iniciativa cultural. E são muitas as estratégias possíveis para mobilizar recursos de pessoas físicas, como a possibilidade de recompensas ou clube de benefícios”, explica Paiva.

De doações registradas que vão de R$ 10,00 a algumas dezenas de milhares de reais, a captação de recursos de pessoas físicas ainda se destaca pelo caráter descentralizado do investimento, pela menor competitividade, pelo distanciamento da lógica do marketing cultural e pela relação de proximidade com os investidores. (www.cultura.gov.br)