Cidades

Amapá fechou mais de 700 empreendimentos comerciais em dois anos, diz CNC

O número, apurado pela Confederação Nacional do Comércio é o pior desde 2005, quando o levantamento foi iniciado.


Centro de Macapá - AP

Paulo Silva

Da Editoria

 

 

Dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) apontam que no estado do Amapá foram fechados 770 empreendimentos comerciais entre 2015 e 2016. Os números fazem parte da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) indicando que, entre janeiro e novembro de 2016, o volume de vendas no Brasil registrou recuo de 8,8% em relação ao mesmo período do ano anterior, tendo relação direta com a redução no número de lojas.

O número de estabelecimentos comerciais no varejo registrou fechamento líquido de 108,7 mil lojas com vínculo empregatício em todo o Brasil no ano de 2016.

No caso do Amapá, em números absolutos, a pesquisa mostra o fechamento de 454 lojas do comércio no ano passado, contra a falência de 316 empreendimentos em 2015, deixando o estado com  vigésimo quinto pior resultado no ranking dos estados e Distrito Federal.

Apesar do grande número de lojas fechadas ao longo do ano, o setor começa a mostrar desaceleração da queda do número de estabelecimentos. De acordo com a CNC, de janeiro a junho de 2016, o varejo perdeu 67,6 mil pontos de venda, ao passo que, no segundo semestre daquele ano, o setor registrou o fechamento líquido de 41,1 mil lojas – número também inferior ao observado na segunda metade de 2015, quando a perda foi de 74,1 mil lojas. No total, o ano de 2015 perdeu 101,9 mil lojas.

 

Fechamento de lojas por segmento

Lideraram os encerramentos de lojas os ramos de hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-34,8 mil lojas), lojas de vestuário, calçados e acessórios (-20,6 mil) e lojas de materiais de construção (-11,5 mil). Segundo a CNC, à exceção dos hiper e supermercados – que sofreram com a escalada dos preços no atacado no início de 2016 –, os demais segmentos analisados foram atingidos pelo encarecimento do crédito, tanto para consumidores como para a obtenção de capital de giro nos últimos anos.

 

Redução de estabelecimentos por estado

O estudo revela, ainda, que todos os estados apresentaram queda no número de lojas, fato inédito em 12 anos de pesquisa. São Paulo foi o estado mais afetado (-30,7 mil lojas), seguido por Rio de Janeiro (-11,1 mil) e Minas Gerais (-10,3 mil).

 

Fechamento de lojas por porte

As micro (-32,7 mil) e pequenas empresas (-39,6 mil) – que empregam até 9 pessoas e de 10 a 49 funcionários, respectivamente – foram as mais afetadas pelo momento econômico em 2016. No ano anterior, este segmento respondia por 98,6% dos pontos de venda do varejo nacional e empregava 76,5% da força de trabalho do setor. Lojas de médio porte, com 50 a 99 empregados, tiveram perda de 12,9 mil pontos de venda. Já os grandes varejistas, com mais de 99 funcionários, fecharam 23,5 mil lojas.

A CNC avalia que, após dois anos de fechamento líquido de pontos de venda, em 2017, o número de lojas deverá apresentar estabilidade. “Além de o fechamento de pontos de venda vir se dando em um ritmo menos intenso desde o segundo semestre do ano passado, a tendência de queda da inflação poderá abrir espaço para a recuperação do consumo por parte das famílias, bem como para a esperada queda nas taxas de juros aos consumidores e empresários do varejo”, afirma a entidade.

A falta de dinamismo no mercado de trabalho e o crédito mais caro e restrito explicam parte significativa das perdas de vendas nos últimos anos que, por sua vez, justificaram a necessidade de ajuste de custos por parte das empresas do setor, em especial nos seus quadros de funcionários.

Não por acaso, o saldo entre admissões e desligamentos de trabalhadores com carteira assinada no varejo ficou negativo em 182,0 mil postos no ano passado, seu pior resultado desde 2004. Termômetro ainda mais dramático da crise que ainda assola o setor, o número de estabelecimentos comerciais no varejo registrou o fechamento líquido (saldo entre aberturas e fechamentos) de 108,7 mil lojas em todo o Brasil no ano passado – pior resultado desde o início dos levantamentos em 2005.

Apesar do recorde no número de lojas fechadas ao longo do ano, houve uma clara tendência de arrefecimento da queda do número de estabelecimentos a partir da segunda metade do ano passado. De janeiro a junho de 2016, o varejo perdeu 67,6 mil pontos de venda, ao passo que, no segundo semestre daquele ano, o setor registrou o fechamento líquido de 41,1 mil lojas – número inferior, inclusive, ao observado na segunda metade de 2015 (-74,1 mil lojas). Em todo aquele ano, 101,9 mil lojas baixaram definitivamente suas portas.

Do ponto de vista dos segmentos que compõem o setor, lideraram os encerramentos os ramos de hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-34,8 mil lojas), lojas de vestuário, calçados e acessórios (-20,6 mil), lojas de materiais de construção (-11,5 mil) e lojas de artigos de uso pessoal e doméstico tais como eletroeletrônicos, joalherias, óticas e utilidades domésticas (-10,5 mil). Segundo dados da RAIS mais recente, o varejo contava com um total de 3,9 milhões de estabelecimentos comerciais ao final de 2015.

À exceção dos hiper e supermercados, que sofreram fortes pressões de custos por conta da escalada de preços no atacado no início de 2016, os demais segmentos citados foram severamente atingidos pelo encarecimento do crédito tanto para os consumidores como para a obtenção de capital de giro nos últimos anos – linha fundamental para a aquisição de estoques e demais despesas operacionais do varejo.

No plano regional, a disseminação das vendas em queda e o aumento dos custos não poupou nenhuma unidade da Federação do fechamento líquido de lojas – fato inédito em 12 anos de levantamento por parte da CNC. Destacaram-se nesse corte o total de lojas fechadas nos Estados de São Paulo (-30,7 mil lojas), Rio de Janeiro (-11,1 mil) e Minas Gerais (-10,3 mil).


Deixe seu comentário


Publicidade