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Vacinação infantil contra covid-19: um direito da criança e responsabilidade de todos!

Autoras: Dra. Nathalia Dias da Silva e Dra. Regiane do Socorro Siqueira Barreto *


É unânime, nas literaturas cientificas que a infecção por covid-19 no público infantil evolui em sua maioria para formas clínicas leves ou até sem sintomas, no entanto, devemos lembrar que a doença pode resultar em formas graves e até mortes. Dados recentes, divulgados em janeiro de 2022, alertam para o número de mortes nos menores de 19 anos. Das 34 mil hospitalizações nesta faixa etária, até dezembro de 2021, houve confirmação de mais de 2.500 óbitos atribuídos à COVID-19, sendo que os maiores de cinco anos e adolescentes representaram aproximadamente metade dos casos. Ressaltamos que a forma grave de evolução, na Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), a taxa de letalidade foi de 7% no Brasil, bem maior do que as taxas encontradas nos Estados Unidos e Reino Unido, no mesmo período.

Quando comparamos o número de mortes por covid-19 entre os menores de 19 anos com a morte por outras doenças passíveis de prevenção por vacinas no Brasil no período de um ano, por exemplo, doença meningocócica, gastroenterite por rotavírus, gripe no ano da pandemia por H1N1, hepatite A, varicela e meningite pneumocócica, nos anos que precederam a introdução das vacinas contra estas doenças no Programa Nacional de Imunizações (PNI), observa-se um número menor de mortes do que pela COVID-19.

Em nota publicada no dia 17 de fevereiro de 2022 pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o estado do Amapá aparece com o pior desempenho na cobertura vacinal, com apenas 5,3% da população vacinada na faixa etária entre 5 e 11 anos de idade. Uma triste realidade que é compartilhada pelos estados da Região Norte, que ainda se encontram-se abaixo da média nacional.

O ato de vacinar vai além do benefício individual, pois quanto maior a quantidade de crianças vacinadas, maior será a proteção da população geral, reduzindo assim a  transmissão do vírus, bem como o número de hospitalizações, ocupação em leitos de unidade de terapia intensiva (UTI), redução do uso desnecessário de antibióticos, entre outros. Grandes sociedades médicas apoiam o ato de vacinar em nosso país, como a Sociedade Brasileira de Imunização (SBIm), Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e Sociedade de Infectologia (SBI). Todas afirmam a efetividade e principalmente, a segurança das vacinas disponibilizadas pelo Ministério da Saúde.

A Sociedade Amapaense de Pediatria (SAP) apoia a ação de órgãos municipais e estaduais que são responsáveis pelo programa de vacinação de crianças e adolescentes em nosso estado. Reitera-se a importância de manter o calendário vacinal das crianças atualizado, assim como as consultas de rotina com o pediatra. Vacinar é um ato de amor. Vacine seu filho (a) contra a COVID-19!

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  • AUTORAS: Dra. Nathalia Dias da Silva e Dra. Regiane do Socorro Siqueira Barreto, médicas pediatras, membros da diretoria da Sociedade Amapaense de Pediatria.

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