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Os justos se rejubilam pela presença de Deus

O salmo 67 das Sagradas Escrituras (Antigo Testamento) tem origem no começo da poesia hebraica, isto é, no século X antes de Cristo. Ele pode ser considerado o hino ‘A vós, ó Deus, louvamos’ qual o Senhor do universo e da história. Leia atentamente: “Levanta-se Deus; eis que se dispersam seus inimigos, e fogem diante […]


O salmo 67 das Sagradas Escrituras (Antigo Testamento) tem origem no começo da poesia hebraica, isto é, no século X antes de Cristo. Ele pode ser considerado o hino ‘A vós, ó Deus, louvamos’ qual o Senhor do universo e da história. Leia atentamente:
“Levanta-se Deus; eis que se dispersam seus inimigos, e fogem diante dele os que o odeiam. Eles se dissipam como a fumaça, como a cera que se derrete ao fogo. Assim perecem os maus diante de Deus. Os justos, porém, exultam e se rejubilam em sua presença, e transbordam de alegria. Cantai à glória de Deus, cantai um cântico ao seu nome, abri caminho para o que em seu carro avança pelo deserto. Senhor é o seu nome, exultai em sua presença. É o pai dos órfãos e o protetor das viúvas, esse Deus que habita num templo santo. Aos abandonados, Deus preparou uma casa, conduz os cativos à liberdade e ao bem-estar; só os rebeldes ficam num deserto ardente. Ó Deus, quando saíeis à frente de vosso povo, quando avançáveis pelo deserto, a terra tremia, os próprios céus rorejavam diante de vós, o monte Sinai estremecia na presença do Deus de Israel. Sobre vossa herança fizestes cair generosa chuva, e restaurastes suas forças fatigadas. Vosso rebanho fixou habitação numa terra que vossa bondade, ó Deus, lhe havia preparado. Apenas o Senhor profere uma palavra, tornam-se numerosas as mulheres que anunciam a boa nova: Fogem, fogem os reis dos exércitos; os habitantes partilham os despojos. Enquanto entre os rebanhos repousáveis, as asas da pomba refulgiam como prata, e de ouro era o brilho de suas penas. Quando o Todo-poderoso dispersava os reis, caía a neve sobre o Salmon. Os montes de Basã são elevados, alcantilados são os montes de Basã. Montes escarpados, por que invejais a montanha que Deus escolheu para morar, para nela estabelecer uma habitação eterna? São milhares e milhares os carros de Deus: do Sinai vem o Senhor ao seu santuário. Subindo nas alturas levastes os cativos; recebestes homens como tributos, aqueles que recusaram habitar com o Senhor Deus. Bendito seja o Senhor todos os dias; Deus, nossa salvação, leva nossos fardos: nosso Deus é um Deus que salva, da morte nos livra o Senhor Deus. Sim, Deus parte a cabeça de seus inimigos, o crânio hirsuto do que persiste em seus pecados. Dissera o Senhor: Ainda que seja de Basã, eu os farei voltar, eu os trarei presos das profundezas do mar, para que banhes no sangue os teus pés, e a língua de teus cães receba dos inimigos seu quinhão. Contemplam a vossa chegada, ó Deus, a entrada do meu Deus, do meu rei, no santuário; Vêm na frente os cantores, atrás os tocadores de cítara; no meio, as jovens tocando tamborins. Bendizei a Deus nas vossas assembleias, bendizei ao Senhor, filhos de Israel! Eis Benjamim, o mais jovem, que vai na frente; depois os príncipes de Judá, com seus esquadrões; os príncipes de Zabulon, os príncipes de Neftali. Mostrai, ó Deus, o vosso poder, esse poder com que atuastes em nosso favor. Pelo vosso templo em Jerusalém, ofereçam-vos presentes os reis! Reprimi a fera dos canaviais, a manada dos touros com os novilhos das nações pagãs. Que eles se prosternem com barras de prata. Dispersai as nações que se comprazem na guerra. Aproximem-se os grandes do Egito, estenda a Etiópia suas mãos para Deus. Reinos da terra, cantai à glória de Deus, cantai um cântico ao Senhor, que é levado pelos céus, pelos céus eternos; eis que ele fala, sua voz é potente: Reconhecei o poder de Deus! Sua majestade se estende sobre Israel, sua potência aparece nas nuvens. De seu santuário, temível é o Deus de Israel; é ele que dá ao seu povo a força e o poder. Bendito seja Deus!”
No começo do hino, há a invocação litúrgica que usa o canto oficial para a marcha da arca (onde se guardava os dez mandamentos e outros objetos sagrados). Ao som das trombetas, os inimigos se dissipam como a fumaça e se derretem como a cera ao fogo. Na primeira parte, exalta-se o êxodo do Egito e a entrada na terra prometida de Canãa, tendo Deus o guia de Israel. É Ele o pai e defensor dos órfãos e das viúvas. A segunda parte tem o domínio da figura Guerreiro Divino que guia os exércitos nas batalhas e garante as vitórias de Israel. E esse guerreiro é descrito com o seu brasão nacional que representa as asas da pomba que ‘refulgiam como prata, e de ouro era o brilho de suas penas’. No entanto, Deus estabelece a sua morada sobre os montes de Sião e do Sinai garantindo, assim, a sua presença constante. A terceira parte descreve a procissão de Israel até o Templo, Sião, para celebrar Deus. Depois da resposta vitoriosa de Deus, ordena-se a procissão com os cantos e aclamações para comemorar o triunfo contra os poderosos inimigos. As potências do mal são derrotadas pelo Senhor Deus. E por isso é dedicada uma aclamação gloriosa ao Deus: Ele é o verdadeiro vitorioso e poderoso. Creio que também nós precisamos ensaiar essa verdade: não apostar na vida daquilo que passa, por quanto atraente possa ser, mas naquilo que não passa: Deus!


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